Agora foi de vez: João Félix foi esta segunda-feira oficialmente apresentado como o novo reforço do Atlético de Madrid, um dia depois de já ter cumprido a primeira sessão de trabalho junto dos companheiros colchoneros no complexo de treinos de Madrid. Foi, aliás, durante este momento que o jovem de 19 anos teve a oportunidade de dar os primeiros autógrafos enquanto jogador rojiblanco.
Já durante o dia de ontem foi no Wanda Metropolitano que o avançado falou sobre esta nova etapa, demonstrando estar preparado para o desafio que o tornou a contratação mais cara do clube espanhol e a quarta transferência mais valiosa a nível mundial.
São números pesados que não evitam a criação de uma bolha de pressão em torno do ex-Benfica que, ainda assim, já assumiu ter maturidade suficiente para lidar com os holofotes.
Tanto assim é que João Félix sacudiu desde logo a eventual ideia de ter de estar à altura de se tornar o substituto do francês Antoine Griezmann. “Essa pressão não me diz nada. Limito-me a fazer o meu trabalho e a dar sempre o meu melhor pelo clube”, avançou o internacional português, adiantando que está pronto para “dar tudo”. E continuou: “Estou muito contente por fazer parte deste projeto e deste grande clube. Todos os meus companheiros me receberam bem e estou muito contente”.
Além de Griezmann, outro dos nomes mencionados foi, naturalmente, o do seu compatriota Cristiano Ronaldo, cujo legado que deixou na Liga espanhola, ao serviço do Real Madrid, ficará para sempre na história do futebol espanhol e mundial. Também neste momento, o jogador foi perentório: esta será uma nova etapa de uma história que irá ser escrita em nome próprio. “O Cristiano, como todos sabemos, é o melhor do mundo e, se calhar, o melhor de sempre. Estou aqui para escrever a minha própria história e para ser lembrado como o João Félix, não como sucessor do Cristiano”, rematou.
Puro talento e obra de arte Enrique Cerezo, presidente do Atlético, que também marcou lugar na apresentação, não tem dúvidas de que o internacional português, contratado por 126 milhões de euros ao Benfica, é “puro talento”, lembrando que essa foi a razão de o vídeo de apresentação do jogador ter sido filmado no Museu do Prado. “Não havia melhor para apresentá-lo que o Museu do Prado, um lugar que guarda tanta obra de arte. Não há outra palavra que defina João Félix senão talento”, reforçou o dirigente colchonero.
“O seu talento não tem limite e o nosso corpo técnico irá potenciá-lo ainda mais, sem sombra de dúvidas. Sabemos que a camisola número 7 corresponde a um grande compromisso”, lembrou o líder rojiblanco sobre o facto de o ex-Benfica ter herdado o número da camisola que usava o internacional francês.
“Esperemos que faças história no Atlético, assim como Paulo Futre fez”, sentenciou Cerezo. Paulo Futre, antiga lenda do Atlético de Madrid, foi, de resto, um dos rostos presentes na primeira fila. Na hora de comentar a contratação não escondeu o orgulho pela opção tomada pelo jovem de 19 anos: “Ouvi durante dois meses que o ‘menino de ouro’ [João Félix] ia para o Real Madrid, Juventus, Manchester… quando soube que ele vinha para aqui [Atlético] fiquei muito feliz! Estou muito contente, como colchonero que sou e como português”. Para o ex-internacional luso, João Félix “tem o caráter necessário para singrar e ser uma lenda no futebol”.
Durante a apresentação houve ainda tempo para falar do Benfica e do treinador Bruno Lage. Na hora da despedida, o jovem avançado agradeceu ao ex-treinador a confiança nele depositada. “O míster Bruno Lage foi muito especial para mim. Ele foi quem me introduziu na equipa principal e quem apostou realmente em mim. Já lhe agradeci imenso”, confessou o avançado, que também aproveitou para revelar o seu primeiro desejo enquanto jogador colchonero: encontrar o Benfica na próxima edição da Liga dos Campeões.
Afinal, não haveria motivo melhor do que este para voltar a casa.