O Estado cobra-nos impostos pornográficos. Desta forma, sufoca os vencimentos das famílias e estrangula a saúde financeira das empresas. Como se não fosse suficiente, é persecutório e recorre a todos os estratagemas e mais alguns para conseguir cobrar o que lhe é devido. Mas o que nos oferece em troca? Repartições públicas com filas gigantes e que não estão abertas à noite, listas de espera nos hospitais, atrasos nos tribunais e uma incompetência generalizada.
Todos os anos temos mais impostos, todos os governos têm mais um ministro das Finanças milagreiro cuja única terapia são brutais aumentos de impostos, sejam eles diretos ou indiretos. Mas a estes sucessivos aumentos de impostos nunca correspondem reais melhorias das condições dos serviços públicos.
O princípio é simples, básico e devia aplicar-se tanto ao setor privado como ao setor público: ninguém deveria pagar para ser mal servido. Não basta pedir o livro de reclamações e denunciar. É preciso ir mais longe: recusar pagar. Isto é válido tanto para um restaurante onde encontramos baratas como para um serviço público que não nos atende com a rapidez, simpatia e qualidade de serviço com que o devia fazer. Somos contribuintes e, como tal, clientes do Estado.
Não sou obrigado a pagar hospitais que nos deixam à espera no corredor porque o que pago todos os meses de impostos é superior a muitas dezenas de seguros de saúde privados. Não sou obrigado a pagar repartições públicas onde sou mal recebido porque o que pago todos os meses de impostos é muito mais do que aquilo que pago a um banco onde tenho um gestor de conta que atende o telefone e resolve os problemas quando é preciso. Não sou obrigado a pagar uma justiça lenta enquanto for abismal a diferença de ritmo, intensidade e quantidade de trabalho que existe no setor em comparação, por exemplo, com os escritórios de advogados.
Está na hora de o cidadão dizer: não pago. É insustentável continuarmos a viver num país onde pagamos mais do que aquilo que recebemos em troca. Não faz sentido que quem nos governa continue a prestar-nos um serviço caro e sem qualquer qualidade – e que, perante isso, nós continuemos a acenar com a cabeça e a aceitarmos submissamente tudo aquilo que nos impõem.
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