A direção do PSD, liderada por Rui Rio, compromete-se a “promover a integração nas listas de candidatos a deputados de personalidades independentes ou militantes, com reconhecido mérito pessoal, político ou profissional”. Este é um dos critérios definidos numa deliberação da Comissão Política Nacional do partido, enviados ontem pelo secretário-geral do PSD, José Silvano, às distritais, aos TSD (Trabalhadores Sociais-Democratas) e à JSD sobre o perfil dos candidatos a deputados para as eleições legislativas.
O figurino final será aprovado no final de julho (ainda sem data marcada).
Fica também a certeza que caberá ao presidente do PSD indicar todos os cabeças-de-lista por círculo eleitoral, uma prática que não oferece grande resistência entre os críticos, ouvidos pelo i, sob anonimato. Pelo menos até ver. No passado os antecessores também escolheram os cabeças-de-lista, mas o perfil distribuído internamente nem sempre especificou esta prerrogativa do presidente.
As distritais têm ainda que enviar até 1 de julho as suas propostas de candidaturas para a formação das listas “acompanhadas por súmulas curriculares dos candidatos” para o secretário-geral, José Silvano. As listas terão também de respeitar a paridade com um “número superior a 40% de cada um dos géneros”.
De acordo com as regras, estabelecidas pela Comissão Política Nacional, é preciso “evitar o exercício de cargos políticos executivos de eleição em acumulação”. Dito de outra forma: quem é autarca com funções executivas não deve ser proposto para a equipa das legislativas. O critério não é novo e já foi aplicado no passado por outros líderes do PSD.
Na deliberação enviada às distritais ficou definido também um calendário de reuniões entre os dias 8 e 19 de julho com a direção do PSD e as distritais. Estes encontros serão decisivos para se avaliar se há oposição interna a alguns nomes escolhidos (ou vetados) para a equipa de candidatos a deputados. Ou seja, será o teste à unidade dos sociais-democratas.
Quem for candidato a deputado terá de aceitar o compromisso de disciplina de voto no programa do governo, Orçamento do Estado, leis de valor reforçado e moções de censura e de confiança. Mais, “sem prejuízo do direito de divergência em questões de consciência”, a deliberação da direção do PSD prevê que “sempre que estejam em causa, matérias que se considerem de relevante interesse para a política nacional”, os deputados se façam substituir para acautelar a posição do PSD no momento das votações.
Para já está prevista também uma reunião com as distritais do partido no próximo dia 4 de junho, pelas 20h00, a primeira que se realiza em 2019 entre o presidente do PSD e os líderes das 18 distritais, o chamado ‘aparelho’ do PSD. O encontro ocorrerá mais de uma semana depois das eleições europeias num cenário em que o partido falhou nos objetivos, tendo tido o pior score eleitoral em europeias ( concorrendo sozinho), apesar de manter o mesmo número de mandatos face a 2014.
CDS com uma demissão e muitas críticas
O CDS reuniu ontem, em Conselho Nacional, e já há uma primeira baixa em protesto contra a liderança: a do presidente da concelhia de Ovar, Fernando de Almeida. Também o mandatário nacional para as europeias, António Lobo Xavier, deixou críticas ao partido no programa Circulatura do Quadrado, na TVI, pedindo mais foco à líder do CDS, Assunção Cristas.