Pedro Marques. Arruada contra a abstenção em Fafe

Pedro Marques. Arruada contra a abstenção em Fafe


O cabeça de lista do PS esteve esta quinta-feira na feira franca de Fafe, terreno onde o partido está dividido. Teve recepção efusiva.


Quem estava na feira não contava com a visita, mas quando Pedro Marques chegou ao recinto um grupo de cerca de cem jovens com camisolas e bandeiras da Juventude Socialista abriu caminho, numa das receções mais efusivas da campanha. Ao longo dos 45 minutos que passou na feira franca de Fafe, o cabeça de lista do PS pôs a tónica no combate à abstenção, pedindo a quem se aproximou de si para votar, independentemente do sentido de voto.

O antigo “dinossauro” camarário Parcídio Summavielle esteve na ação de campanha a apoiar o ex-ministro das Obras Públicas, tal com o atual presidente, Raul Cunha, mas outro anterior autarca, José Ribeiro, estava à entrada do recinto mas não se aproximou. “Já não sou militante do PS, demiti-me”, justificou ao i. “Como não me revejo no atual PS cujo secretário-geral [António Costa] é prepotente, arrogante e não cumpre a palavra, eu pela primeira vez, desde 25 de abril de 1974, não vou votar no PS”.

Já Parcídio Summavielle, primeiro presidente da Câmara de Fafe a seguir ao 25 de abril, hoje com 78 anos, disse estar a apoiar o Pedro Marques e o PS. “Apesar de há muito eu já não ser militante do PS, continuarei a ser sempre socialista”.

Pedro Marques confiante Pedro Marques afirmou ao i que o facto de, antes de mais, pedir para que as pessoas votem, “deve-se à importância das eleições europeias, igualmente, para a vida dos portugueses”.

“As pessoas estão confiantes na situação do país e temos sido muito bem recebidos, passando uma mensagem simples, que é votar na Europa, porque é na UE que se decidem muitas coisas importantes para a vida dos portugueses, por isso até agora a adesão tem sido muito forte e estou confiante”, continuou. “Queremos fazer bem na Europa aquilo que fizemos bem em Portugal e acho que as pessoas perceberam bem essa mensagem”.

Questionado sobre se concorda que antieuropeístas possam concorrer ao Parlamento Europeu, Pedro Marques considerou que “a democracia tem regras e quando o Tribunal Constitucional aprova a inscrição de determinado partido, é porque essas regras foram cumpridas, mas a mim o que me preocupa mais é que os extremismos não cheguem ao poder”, disse. “Para que a extrema direita não cresça, também aqui em Portugal, é preciso que as pessoas acreditem que os partidos governam para os cidadãos, que não deixam ninguém para trás, foi aquilo que nós fizemos em Portugal”, acrescentou Pedro Marques, referindo “querer uma Europa para todos”, ao invés de “quem pugna pela xenofobia, o racismo e mensagens de exclusão com misoginia, o que nos traz memórias históricas tristes, que eu não quero em Portugal, nem na Europa”.

Feriado municipal, eram muitos os visitantes da feira, que se realiza todos os anos. Paulo Rodrigues, residente no concelho, protestou ao ver o ex-ministro das Obras Públicas: “Estes senhores não se preocupam com situações como na estrada de São Miguel do Monte, aqui em Fafe, cheias de buracos, como outras”.

Apesar de ser um concelho socialista, o terreno não era fácil – em janeiro cerca de 80 militantes foram expulsos do partido por terem protagonizado ou apoiado candidaturas concorrentes com a do PS nas autárquicas. Alguns estiveram ontem nas imediações da ação. “Nestas eleições para o Parlamento Europeu, na qualidade de presidente da Junta estarei disponível para receber na União todos os outros candidatos que tenham interesse em divulgar a minha freguesia nas ações de campanha, só que até ao momento apenas o PSD, na pessoa do engenheiro José Manuel Fernandes me contactou para nos visitar, ao que logo acedi, tendo sido por isso recebido na nossa terra esta quinta-feira ao início da tarde”, disse ao i José Adelino, presidente da Junta da União das Freguesias de Aboim, Felgueiras, Gontim e Pedraído, um dos militantes expulsos.