Paulo Rangel, cabeça-de lista do PSD às europeias esteve, esta terça-feira, a sobrevoar as áreas de Pedrógão, Pampilhosa da Serra, Oliveira do Hospital, Tábua e Lousã de helicóptero, durante cerca de uma hora. No final do voo, que percorreu as zonas que arderam nos trágicos incêndios de 2007, o candidato social-democrata afirmou ter "preocupações enormes" no que diz respeito à preparação da época de incêndios.
"Infelizmente, mesmo nestas áreas ardidas não se vê muito trabalho de recuperação, de ordenação da floresta, de modo a podermos estar descansados. Em toda esta região vemos que está a regenerar-se o eucalipto. Sem qualquer gestão vai se acumular combustível que, em dois ou três anos, pode permitir que haja propagação de incêndios com grande violência e dificuldade de controlo", alertou o eurodeputado ao lado de Xavier Viegas, director do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais.
Sobre os problemas com o SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal), Paulo Rangel declarou que o Governo revela "incompetência e incapacidade de previsão". "Dois anos para tomar esta decisão? O primeiro-ministro já diaboliza do SIRESP há dois anos e nesses dois anos não foram capazes de fazer nada. Chegamos a 14 de maio 2019 e estamos como estávamos em outubro de 2017", salientou.
Presidente da Câmara de Pampilhosa da Serra considerou voo de Rangel "uma afronta"
Quem também não ficou contente com o cenário com que se deparou em Pampilhosa da Serra foi José Brito, presidente do município. Segundo avançou a Lusa, o autarca considerou um "desrespeito total para com as pessoas" daquele território Paulo Rangel só visitar agora aquele local afectado pelos grandes incêndios em 2017 . "Entristece-me. Em 2017, podiam ter vindo ao terreno ver o que aconteceu. Agora, vir de helicóptero, em 2019, ver o que aconteceu em 2017 é uma afronta a esta gente e dá-me vontade de gritar", declarou.
"Era preferível não terem passado por cá, nem pelo ar, nem por terra", acrescentou o presidente reeleito pelo PSD em 2017, com 78,6% dos votos.
