Ángel Hernandez foi libertado pelas autoridades espanholas. Foi detido depois de dar uma substância mortal à mulher, María José Carrasco, diagnosticada com esclerose múltipla há 30 anos e que lhe tinha pedido para a ajudar a praticar a eutanásia, ilegal em Espanha.
"Os polícias foram muito bons. Disseram-me que é a lei, mas que teriam feito o mesmo", disse Hernandez ao jornal espanhol El País.
Hernandez acedeu aos pedidos da mulher para que a ajudasse a pôr fim à sua própria vida, pois já não aguentava as dores nem estar dependente de terceiros para qualquer gesto que quisesse fazer. María José Carrasco gravou um vídeo onde declarava que a eutanásia era o seu desejo e, assim, talvez evitar o pior para o marido. Hernandez nunca quis esconder o que iria fazer e disse-o à mulher. E assim o fez.
"Poderia tê-lo feito clandestinamente. Discuti com a minha esposa sobre isso, ela era uma funcionária do tribunal e sabia o que poderia acontecer comigo. Mas eu convencia-a de que era importante", explicou o homem de 70 anso ao mesmo jornal.
As 48 horas após a morte da mulher foram passadas na prisão, onde não conseguia dormir. "Não dormi. Levantei-me e andei numa cela de quatro por cinco metros, como um animal enjaulado", contou, explicando ter ficado incomodado por não poder tratar dos preparativos para a cremação da mulher.