A polémica instalou-se nas redes sociais depois das palavras do presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), antes da partida de mais um avião para a Beira (Moçambique), no domingo. “Já recebemos 800 mil euros, e é preciso frisar que destes, foi preciso subtrair 210 mil para pagar este charter que faz agora o voo direto para a Beira. Sublinho que os voos comerciais não fazem ligação Lisboa-Beira e que aeroporto de Maputo está sob pressão. Não foi preciso pensar duas vezes (…): deslocar o avião para o local da catástrofe”, disse Francisco George. Não faltou quem se indignasse com o uso dado aos donativos, o que levou a CVP a enviar um esclarecimento às redações esta segunda-feira.
Em comunicado, a entidade nota que “têm sido difundidos alguns comentários negativos e perturbadores sobre a utilização parcial do fundo resultante dos donativos em dinheiro para pagamento de 210 mil euros, a fim de custear o voo charter do Boeing 767 da Euro Atlantic”, esclarecendo que “em observação dos princípios da transparência e da prestação de contas”, o voo direto Lisboa-Beira permitiu deslocar um “Hospital de Campanha com cinco toneladas e geradores para fornecimento de energia elétrica”, bem como “transportar para a Beira 500 quilos de fibra ótica para restabelecer as comunicações”.
Além disso, continua o comunicado – assinado por Francisco George –, o avião enviado pela CVP tornou possível “levar 15 toneladas de medicamentos” parcialmente oferecidos ou fornecidos a preço de custo pela Indústria Farmacêutica Portuguesa, tendo ainda possibilitado “transportar rapidamente os donativos em alimentos, entretanto doados, visto que o tempo necessário à via marítima seria intolerável”.