“O Liberalismo, hoje, quer fazer o mesmo que o Comunismo: dissolver a Família, a Nação e a Religião. É a nova tentação totalitária”
Jacques Rupnik
Segundo o mesmo autor: para os alemães do séc. XIX, a nação é a língua, a cultura e a religião.
Para os franceses, é o Estado que constrói a nação, enquanto que para os alemães, é a nação que constrói o Estado.
Segundo o professor Adriano Moreira (1970), “A circunstância Estado é que deve estar ao serviço da circunstância nação”, quer dizer, ao serviço dos cidadãos.
Para o Prof. Max Cunha, pedagogo, sociólogo e politólogo, “”A nação é a alma do Estado”, o que significa que o Estado sem a nação é uma abstracção, ou seja, não existe, e por isso nunca poderá construir uma nação, enquanto que a nação, desde que encontre um território, pode construir um Estado, que não é mais do que a nação organizada.
Isto para dizer que, de facto, a nação é que é o conjunto de cidadãos imbuídos dos mesmos sentimentos, com uma História e cultura únicas e com projectos para o futuro.
Renan fez, quanto a nós, a melhor síntese: “Nação é um conjunto onde pessoas, com um passado comum, com um presente comum, e com aspirações comuns, para o futuro”, a que Malraux acrescentou “com uma comunidade de sonhos para o futuro”.
De facto, sendo “a nação a alma do Estado”, é incompreensível ser o Estado a construir a nação, como alguns franceses pretendiam, no passado, só que esta definição, sobre tudo, a de Renan, levanta um grande problema, que é o que se passa em França.
É que um país de imigrantes defronta-se com um grande dilema: Aculturação ou rejeição dessa cultura, língua e religião, que leva à não integração e à desarticulação do Estado, no sentido do funcionamento regular das instituições.
Mas se à partida existem várias “nações”, e não uma só, não será possível formar um Estado organizado à volta de um projecto comum, o que é uma dificuldade acrescida.
Surgem então as questões da Inclusão Social, da Discriminação, das Minorias Étnicas, da Cultura e da Religião. Aqui só há duas posições, segundo vários autores académicos: ou há assimilação total e então pode haver nação, ou haverá sempre perturbações e conflitos, por parte daqueles que não se deixam aculturar.
O caminho tradicional seria: adaptação, acomodação e, por último, assimilação, ou seja integração total, claro que isto só será possível na 2.ª ou 3.ª gerações, por razões óbvias.
Mas uma das obrigações de qualquer Governo democrático é trabalhar para a realização dos fins do Estado, que, como é sabido, são: fins de conservação (território, população e Governo), fins de Justiça (comutativa e distributiva), fins de natureza social (direito à habitação, ao trabalho, à constituição de família, ao bem-estar social, etc., etc. … ).
Só que, sem crescimento e desenvolvimento do país, tudo isto a que se fez referência, fica, ou pode ficar por realizar, já que não se pode distribuir aquilo que não existe, sendo a educação do povo, no seu todo, o factor fundamental para o desenvolvimento do país, por isso, não ser demais insistir nesta “tecla”.
Mas para que todas estas finalidades sejam realizáveis é absolutamente necessária paz social, que é, de todo, impossível, enquanto se mantiver a grande indefinição deste Governo, no que toca à sua linha ideológica, já que permite e aceita, a “contribuição” de dois partidos políticos que não querem, nem aceitam a democracia ocidental.
Esta é a indefinição que se vive com António Costa que, aceitou “vender a alma ao diabo” para ser primeiro-ministro, coisa que em política, não é muito importante, já que o importante é levar o país ao progresso, à paz social e à felicidade dos cidadãos, coisa que está longe de se verificar, e os “coletes amarelos”, já deram esse sinal … É, de facto, o devir, que interessa, e que , infelizmente pode estar em causa.
Sociólogo
Escreve quinzenalmente