É o segredo mais mal guardado no PSD: Paulo Rangel será recandidato e cabeça-de-lista às eleições europeias de 26 de maio pelos sociais-democratas. Mas falta definir a data em que o líder do PSD indicará o seu nome à comissão política social-democrata. Quem arriscou uma data foi o antigo líder do partido, Marques Mendes, na SIC, assegurando que Paulo Rangel “vai ser apresentado como cabeça-de-lista” já na próxima semana, quarta ou quinta-feira, mas no PSD ninguém confirmou datas ao i.
A única certeza para já é a de que Rui Rio não quererá misturar dossiês – a convenção do conselho de estratégia nacional (CEN) de dia 16 de fevereiro, com as listas para as europeias. O i tentou contactar Rangel, mas sem êxito. O próprio tem feito saber que está “tranquilo” em relação às europeias, admitindo apenas que tem aprazada uma conversa com o presidente do PSD para abordar o assunto. Nada mais. E de Bruxelas vem a certeza de que os restantes eurodeputados ainda não sabem o seu futuro. A lista não estará fechada e só deve ser apresentada e votada em conselho nacional no final de fevereiro.
A única certeza é de que nomes como o de Fernando Ruas não deverão constar da lista.
Na feitura das listas, as regiões autónomas dos Açores e Madeira indicam sempre um nome cada uma, e Mota Amaral é o escolhido pelo PSD/Açores. Contactado pelo i, o antigo presidente da Assembleia da República nada quis dizer sobre o seu futuro: “Não tenho qualquer dado nem farei qualquer comentário sobre essa matéria. Tem de pedir esses comentários ao PSD/Açores.”
Na Madeira, a incógnita é maior. O presidente da mesa do congresso do PSD/Madeira, Cunha e Silva, chegou a ser apontado como o preferido de Rui Rio para as listas, mas o próprio já se colocou fora da contenda. Assim, mantêm-se duas hipóteses em aberto: Rubina Leal, ex-secretária regional dos Assuntos Sociais, ou a atual eurodeputada Cláudia Monteiro de Aguiar. Houve quem sugerisse o nome de Alberto João Jardim para a equipa, apurou o i, mas o próprio tem outros desafios pela frente, designadamente o trabalho na comissão criada para avaliar a descentralização.
Nas conversas de bastidores do PSD há quem acredite que alguns nomes já estão fechados para a equipa: por exemplo, a entrada de Álvaro Amaro, autarca da Guarda. Mais, da comissão política deverá sair um de dois nomes: Isabel Meireles, vice-presidente do partido, ou Graça Carvalho, vogal da comissão política do PSD. Contudo, um destacado militante assegura ao i que é “pura especulação” e que as listas ainda não estão feitas.
Com novas entradas, outros nomes poderão estar de saída, como Carlos Coelho, ao contrário de José Manuel Fernandes, líder da distrital de Braga. “A única certeza é a de que temos de entregar as listas em março”, frisa outra fonte social-democrata ao i.
Assis sairá sem drama No PS existe a convicção de que o partido terá um novo cabeça-de-lista e Pedro Marques, ministro do Planeamento, tem sido apontado como o mais bem colocado para o efeito. Entretanto, o secretário-geral e primeiro-ministro, António Costa, vai pedir esta quinta-feira um voto de confiança à comissão política nacional para avançar com as listas às europeias de 26 de maio, assegurando uma equipa paritária. O anúncio do cabeça-de-lista será feito no próximo dia 16, numa convenção agendada para Vila Nova de Gaia, a escassos quilómetros da convenção do PSD, marcada para o mesmo dia. Até lá, as incertezas são várias entre socialistas.
Há quem garanta que o atual eurodeputado Francisco Assis está fora das escolhas de Costa. Mas ainda não houve uma conversa entre o primeiro-ministro e Assis. O visado desdramatiza: “Não tenho estado sequer com ele [António Costa], não temos tido oportunidade de conversar.” Questionado sobre o facto de poder ficar fora das listas às europeias, Assis desdramatiza o caso. “É uma questão política e não é na base de questões pessoais nem de questões afetivas. E é assim que terá de ser tratado entre mim e o dr. António Costa. Se não ficar, não fico minimamente magoado com ninguém. Não há nenhuma obrigação de me incluírem na lista”, afirmou ao i o eurodeputado socialista. “Nunca tive drama nenhum pela circunstância de não ser convidado. Se não houver [convite], não há drama absolutamente nenhum”, concluiu Assis.
O eurodeputado protagonizou várias críticas aos acordos de esquerda e ganhou vários anticorpos no PS, sobretudo a norte, com pedidos já públicos para que Manuel Pizarro seja o escolhido para integrar a equipa para as europeias pela quota do Porto.