Parlamento afasta registo biométrico

Parlamento afasta registo biométrico


Solução para verificar presenças dos deputados não foi debatida ontem na primeira reunião de mesa da AR sobre melhoria de mecanismos de controlo de assiduidade dos deputados


Apesar de terem sido lançadas, nos últimos dias, duas petições a defender que os deputados passem a ‘picar o ponto’ no parlamento, esse é um cenário que, para já, não vai chegar à realidade.

O Presidente da Assembleia da República mandatou a mesa da AR – composta por secretários e vice-presidentes do parlamento – para encontrar uma solução para o registo de presenças dos deputados. O i sabe que Ferro Rodrigues pediu ao ex-ministro dos Assuntos Parlamentares do PS, Jorge Lacão, para coordenar os trabalhos.

Ontem – pela primeira vez desde que foi realizada a conferência de líderes que discutiu as falsas presenças – a mesa da AR reuniu-se para debater as soluções que vão ser adotadas para o novo sistema de marcação de presença dos 230 deputados. E o recurso ao registo biométrico não foi uma solução em cima da mesa.

O i apurou ainda que caberá aos serviços do parlamento apresentar as soluções para alterar e reforçar a forma de registo dos deputados. O objectivo é o de criar um “protocolo de entendimento” entre todos os grupos parlamentares para lidar com as situações de irregularidades confirmadas. Como? Para já, ninguém dá respostas, porque a ordem é manter o debate com discrição.

Com o passar dos dias, as presenças-fantasma estão a alastrar, havendo já um caso suspeito no PS (ver texto ao lado).

A ideia de adotar o registo biométrico já tinha sido afastada por todos os partidos à exeção do BE. Em traços gerais, os deputados entendem que não trabalham numa empresa e que não pode haver um ambiente de “policiamento” no parlamento. O registo biométrico é usado no setor privado mas também no setor público, tanto em serviços do Estado como nos hospitais do SNS, onde foi introduzido como regra em 2017.

O assunto poderá voltar a ser discutido no parlamento na próxima reunião agendada para dia 3. Também as petições, por agora com 4200 assinaturas, podem vir a suscitar debate na AR. *Com Ana Petronilho