A revolta dos coletes amarelos tem crescido de dia para dia. Este é já o quarto fim de semana marcado por protestos e, segundo a imprensa francesa, ao início da tarde, mais de 700 pessoas tinham sido detidas. O governo francês já cedeu em relação à reivindicação inicial dos manifestantes – não aumentar os impostos nos combustíveis -, mas, perante o que se continua a viver nas ruas francesas, por que razão Macron continua sem se pronunciar?
São muitos os que questionam o porquê deste silêncio. Será a estratégia acertada? Até agora, o único comentário de Macron surgiu no primeiro dia de dezembro, durante a cimeira dos G20, em Buenos Aires. O presidente francês condenou a violência em Paris, mas não fez quaisquer comentários sobre possíveis cedências – cenário que viria a ocorrer dias mais tarde. A partir daqui, o protagonista político passou a ser o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe.
Na quarta-feira, durante o Conselho de Ministros, Macron voltou a falar sobre o assunto, pedindo “às forças políticas e sindicais, e ao patronato, um apelo para incentivarem à calma”. Com exceção desta intervenção e com algumas visitas a locais vandalizados durante os protestos, o presidente francês nada fez para tentar acalmar os ânimos.
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Perante esta passividade, a palavra de ordem dos coletes amarelos tem ganhado força: “Macron rua!”, ouve-se durante os protestos.
Mas por que razão Macron não age ou fala ao país? De acordo com o jornal Le Monde, fonte do executivo explicou que o Presidente ainda não escolheu uma estratégia para travar a revolta. “Quando Macron se pronunciar será para pôr água na fervura, para dar respostas”, afirmou o ministro francês Marc Fesneau.
“É da responsabilidade do Presidente da República decidir quando e com que precisão abordar as questões francesas (…) Eu não sou o presidente, não sei tudo, mas sei que o presidente da República terá que falar. Ele vai decidir quando o fará e eu não duvido que seja no momento certo”, acrescentou.
Recorde-se que os coletes amarelos estão hoje nas ruas a protestar contra as políticas do governo francês. Ao início da tarde, quase 1000 pessoas tinham sido identificadas, mais de 700 tinham sido detidas e 30 tinham ficados feridas.