A maior parte dos líderes financeiros portugueses admite ter dificuldades na procura de trabalhadores. Segundo o “European CFO Survey Autumn 2018”, estudo realizado pela Deloitte, 87% dos diretores financeiros em Portugal encontra obstáculos na busca dos melhores profissionais. O conhecimento técnico, as soft skills, a resolução de problemas e a adaptabilidade são os principais problemas apontados na contratação de profissionais.
“Hoje em dia, a atração e retenção de talento são questões que preocupam cada vez mais as empresas. De acordo com esta edição do estudo – que tem uma pergunta dedicada especificamente ao talento -, a escassez de conhecimento técnico e de competências pessoais estão entre as maiores preocupações dos líderes financeiros, no que toca à contratação de novos profissionais”, explicou Nelson Fontainhas, partner da Deloitte.
Pouco mais de metade dos CFO (55%) afirma que a competência técnica é a mais difícil de encontrar na procura por novos profissionais, seguindo-se as competências de comunicação gestão de tempo e relacionamento, com 48% dos líderes financeiros a apontarem-nas como as características mais difíceis de encontrar.
“De acordo com o estudo, as empresas estão a resolver a escassez de talento com o aumento da automação (39%), formação dos recursos internos (36%) e trabalho temporário (30%), além de recorrerem mais à subcontratação (23%), à revisão dos pacotes remuneratórios (22%) e à realização de iniciativas que aumentem a atratividade do ambiente de trabalho (26%)”, segundo indica o estudo.
Na Europa, os problemas são os mesmos, com 43% dos CFO a afirmarem ter dificuldade em encontrar trabalhadores com conhecimento técnico adequado (43%). Em segundo lugar encontra-se a falta de experiência de trabalho (32%) e em terceiro a resolução de problemas e adaptabilidade (27%).
No que diz respeito às perspetivas económicas do país, o otimismo parece também estar cada vez mais difícil de encontrar uma vez que este sentimento abrandou em 20% em relação ao ano passado em que 90% dos CFO revelavam uma perspetiva otimista quanto ao futuro da economia do país.
“No que toca às perspetivas financeiras da sua empresa, 41% dos diretores financeiros nacionais mostram-se mais otimistas do que há seis meses, um valor que é ligeiramente inferior ao apurado na edição anterior (53%)”, pode ler-se no estudo.
O nível de incerteza é também elevado com 56% dos líderes portugueses a confessar que o negócio enfrenta “um elevado nível de incerteza financeira e económica externa”. São apenas 2% os que mostram um nível de incerteza reduzido. O momento para investir também não parece ser o mais adequado para cerca de 73%. “Na Europa, embora existam mais CFO que apontam o nível de incerteza como reduzido (6%), grande parte dos inquiridos (62%) considera que existe um elevado grau de incerteza no seu negócio. Esta edição revela ainda que apenas um quarto dos CFO (24%) considera que é um bom momento para arriscar, sendo este o valor mais baixo desde a primeira edição do estudo, lançada em 2015”.