O ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, suspendeu em setembro a deslocalização do Infarmed de Lisboa para o Porto, que gerou forte polémica. Mas, hoje, o primeiro-ministro voltou a insistir na transferência da autoridade do medicamento para a Invicta assumindo que ficaria “feliz” se a comissão nomeada pelo parlamento não deixasse que a ideia “morresse por si” avisando que gosta “pouco de desistir” das suas ideias apesar de garantir não querer “interferir nos trabalhos da comissão”.
A comissão técnica independente que vai acompanhar o processo de descentralização dos serviços públicos, onde está incluída a deslocalização do Infarmed, vai ser presidida pelo ex-ministro das Obras Públicas do governo de Guterres, João Gomes Cravinho. As conclusões deverão ser apresentadas até 31 de julho. Mas o governo já assumiu que na próxima legislatura a descentralização de serviços públicos pode ser concretizada.
A mudança do Infarmed para o Porto foi anunciada pelo ministro da Saúde em novembro de 2017, surpreendendo a presidente da entidade. A decisão do ex-ministro foi conhecida depois de o Porto ter sido afastado da corrida para acolher a Agência Europeia do Medicamento. A decisão suscitou críticas e a oposição dos funcionários e da presidente do Infarmed, Maria do Céu Machado.
