Sequela de Scarface no consulado da Arábia Saudita


“O que se passou há umas semanas no consulado da Arábia Saudita na Turquia não foi a rodagem de uma sequela de “Scarface”. Foi bem real” 


Em 1983, Brian de Palma, com argumento de Oliver Stone, fez um magnífico filme que deu a conhecer ao mundo uma das atrizes mais belas de Hollywood – não sei se é politicamente correto dizer isso hoje em dia, mas é-me indiferente -, Michelle Pfeiffer. Em “Scarface”, Al Pacino teve uma interpretação memorável dando vida a Tony Montana, um traficante de cocaína que dominava Miami, mas não só. Numa das cenas mais violentas do filme, um gangue rival do de Tony Montana mata com uma motosserra um dos capangas de Tony, pretendendo que este cedesse às pretensões rivais. Nunca me esqueci dessas imagens, até porque sou alérgico a violência. Scarface retratava, no fundo, uma realidade que se vivia em Miami, e a prova disso é que Oliver Stone teve acesso a documentação do FBI e da DEA.

O que se passou há umas semanas no consulado da Arábia Saudita na Turquia não foi a rodagem de uma sequela de “Scarface”. Foi bem real e, segundo os relatos conhecidos – para hoje, os turcos anunciaram mais novidades -, um jornalista árabe que era crítico do governo saudita foi ao consulado pedir uma certidão para se poder casar. Nunca mais de lá saiu e, segundo os tais relatos, terá sido desmembrado vivo por um médico carniceiro, com a ajuda de outros capangas. O corpo ainda não apareceu, mas as autoridades da Arábia Saudita já reconheceram que o jornalista foi morto enquanto era interrogado.

O ato monstruoso cometido por elementos supostamente afetos ao governo saudita está a provocar uma verdadeira dor de cabeça a muitos governantes europeus. Trump, que começou, bem ao seu estilo, a dizer que castigaria a Arábia Saudita, rapidamente meteu a viola no saco já que os EUA são o seu principal fornecedor de armas. A Arábia Saudita, além de ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo, é também um dos grandes compradores de armas. E, por isso, a Alemanha, que já disse que vai suspender a venda de armamento bélico aos sauditas, será uma das grandes prejudicadas, à semelhança de Espanha, Holanda e Canadá, embora este ainda pondere se suspende a venda ou não. Será curioso saber o que farão o Reino Unido e a França. Mas um dado é certo: se todos estes países suspenderem a venda de armas, a Rússia e a China tratarão de ficar com o negócio…

Sequela de Scarface no consulado da Arábia Saudita


"O que se passou há umas semanas no consulado da Arábia Saudita na Turquia não foi a rodagem de uma sequela de “Scarface”. Foi bem real" 


Em 1983, Brian de Palma, com argumento de Oliver Stone, fez um magnífico filme que deu a conhecer ao mundo uma das atrizes mais belas de Hollywood – não sei se é politicamente correto dizer isso hoje em dia, mas é-me indiferente -, Michelle Pfeiffer. Em “Scarface”, Al Pacino teve uma interpretação memorável dando vida a Tony Montana, um traficante de cocaína que dominava Miami, mas não só. Numa das cenas mais violentas do filme, um gangue rival do de Tony Montana mata com uma motosserra um dos capangas de Tony, pretendendo que este cedesse às pretensões rivais. Nunca me esqueci dessas imagens, até porque sou alérgico a violência. Scarface retratava, no fundo, uma realidade que se vivia em Miami, e a prova disso é que Oliver Stone teve acesso a documentação do FBI e da DEA.

O que se passou há umas semanas no consulado da Arábia Saudita na Turquia não foi a rodagem de uma sequela de “Scarface”. Foi bem real e, segundo os relatos conhecidos – para hoje, os turcos anunciaram mais novidades -, um jornalista árabe que era crítico do governo saudita foi ao consulado pedir uma certidão para se poder casar. Nunca mais de lá saiu e, segundo os tais relatos, terá sido desmembrado vivo por um médico carniceiro, com a ajuda de outros capangas. O corpo ainda não apareceu, mas as autoridades da Arábia Saudita já reconheceram que o jornalista foi morto enquanto era interrogado.

O ato monstruoso cometido por elementos supostamente afetos ao governo saudita está a provocar uma verdadeira dor de cabeça a muitos governantes europeus. Trump, que começou, bem ao seu estilo, a dizer que castigaria a Arábia Saudita, rapidamente meteu a viola no saco já que os EUA são o seu principal fornecedor de armas. A Arábia Saudita, além de ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo, é também um dos grandes compradores de armas. E, por isso, a Alemanha, que já disse que vai suspender a venda de armamento bélico aos sauditas, será uma das grandes prejudicadas, à semelhança de Espanha, Holanda e Canadá, embora este ainda pondere se suspende a venda ou não. Será curioso saber o que farão o Reino Unido e a França. Mas um dado é certo: se todos estes países suspenderem a venda de armas, a Rússia e a China tratarão de ficar com o negócio…