Montepio. Tomás Correia sempre avança para as eleições da mutualista

Montepio. Tomás Correia sempre avança para as eleições da mutualista


O prazo de candidaturas termina hoje e as eleições estão marcadas para 7 de dezembro. Tomás Correia enfrenta mais duas listas concorrentes


Apesar de alguma hesitação e incerteza, Tomás Correia sempre vai concorrer novamente à liderança da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), dona do banco com o mesmo nome, soube o i. Na última semana, o atual presidente da entidade já tinha deixado em aberto a hipótese de avançar para o seu último mandato, admitindo fazê-lo “no limite”, se não encontrasse alguém mais jovem para o substituir. “Gostava de ter uma pessoa da geração posterior à minha que assumisse as rédeas do Montepio, imbuída dos seus valores, que não renegasse a sua história e que tivesse condições para acrescentar mais património ao grande património que esta casa tem. E tem de ser alguém que pudesse cá estar 15 anos”, disse recentemente. 

À sua lista juntam-se dois dos atuais administradores: Carlos Beato e Virgílio Lima. Também Luís Almeida (ex-quadro da caixa económica) é outro nome que vai estar presente, assim como Idália Serrão (deputada socialista e secretária da mesa da Assembleia da República). Vítor Melícias mantém-se como presidente da mesa da assembleia–geral, enquanto Maria de Belém será presidente do conselho geral. 

Tomás Correia já reconheceu que estas próximas eleições representam “uma oportunidade e um novo ciclo de reinvenção”, mas deixa uma garantia. “Não haverá quem, no país e no Montepio, esteja em melhores condições” do que o próprio para enfrentar desafios como os novos estatutos da associação e o plano de transição, mas reconhece que “o novo ciclo é muito mais do que isso.”

Segundo os estatutos das Associações Mutualistas, o atual conselho de administração é obrigado a apresentar uma lista de continuidade, mesmo que não mantenha os administradores que estão ainda em funções. Até 2003 houve sempre apenas uma lista a eleições. Só no final desse ano é que começaram a surgir candidaturas alternativas. Nessa altura, coube a António Maldonado Gonelha, ex-ministro do Trabalho e da Saúde, fazer face à lista de José da Silva Lopes, que saiu vencedora.

Mais duas listas António Godinho, que já concorrido às últimas eleições, oficializou ontem a candidatura e pretende “recuperar a confiança dos associados do Montepio”. No entender do responsável, a lista C – “Juntos pelo Montepio. Recuperar a Confiança” – “é a única que junta toda a oposição nas últimas eleições e é a única que verdadeiramente corporiza a alternativa aos atuais órgãos sociais.  É uma lista de independentes, de pessoas que há muitos anos lutam pela renovação e pelo futuro da Associação Mutualista Montepio Geral. Pessoas de bem e com experiência e capacidade de gestão, que apenas querem ajudar e servir a AMMG”, defende.

 O i sabe que na sua lista conta com nomes como Nuno Monteiro, que já tinha entrado nas últimas eleições, António Couto Lopes, Lúcia Gomes e Tânia Flores. Eugénio Rosa é o nome indicado para presidente do conselho fiscal da mutualista, enquanto Alípio Dias é a pessoa escolhida para liderar o conselho-geral.

A outra lista concorrente é liderada por Fernando Ribeiro Mendes, que tem sido uma das principais vozes críticas da liderança de Tomás Correia, ao apelar a mudanças profundas na associação. Ao que o i apurou, nesta constam nomes como Miguel Coelho (atual administrador da mutualista e quadro do banco, votou contra o aumento de capital e o lançamento da oferta pública de aquisição da mutualista à Caixa Económica Montepio Geral), Maria Nazaré Barroso (membro do conselho de administração da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões – ASF), Pedro Corte Real (professor da Universidade Nova). Já Vítor Baptista (antigo dirigente do PS de Coimbra) é o nome indicado para Conselho Geral

O ex-vice-governador do Banco de Portugal João Costa Pinto é o nome indicado para o conselho-geral da mutualista, e João Carvalho das Neves para o conselho fiscal.