O deputado do PSD Duarte Marques considera que a não recondução da PGR para um novo mandato “levantará suspeitas e gerará indignação”. Em resposta ao i, o social-democrata diz que o primeiro-ministro “pagará um preço muito alto” se Joana Marques Vidal nao continuar no cargo.
A recondução da PGR tem sido alvo de muita discussão desde que a ministra da Justiça afirmou que o mandato era único. Como tem visto a posição do governo e do PS sobre esta questão?
O governo começou por anunciar que não ia reconduzir a PGR alegando um impedimento jurídico que afinal não existia. Foi uma manobra falhada. Entretanto, colocou os emissários habituais a tentar vender essa tese a tentar denegrir a imagem da PGR. Também não resultou porque a realidade veio, mais uma vez, desmenti-los. Hoje parece que o governo já percebeu que ninguém compreenderá que, havendo disponibilidade da própria, o governo não renove o mandato. António Costa pagará um preço muito alto se não reconduzir Joana Marques Vidal, levantará suspeitas e gerará grande indignação. O país está ainda muito marcado pelo mandato de Pinto Monteiro. Joana Marques Vidal representa o oposto, foi uma lufada de ar fresco, de liberdade de investigação, de justiça igual para todos, deixou de haver privilegiados.
O PSD devia ter uma posição mais afirmativa?
Este é um tema que não deve ser partidarizado. Alguns membros do PSD, como eu, falaram alto para responder a uma campanha negra que procurava criar caminho para a saída de Joana Marques Vidal. O presidente do PSD reservou a sua posição pública para o momento em que o governo decidisse ouvir o maior partido da oposição.
Como vê a posição do Presidente da República ao longo deste processo?
Como o Presidente já relembrou, só lhe compete intervir neste processo quando o governo lhe apresentar os nomes que pretende indicar.
