Mais incêndios em fevereiro e maio do que em agosto deste ano

Mais incêndios em fevereiro e maio do que em agosto deste ano


Do total de 7.670 fogos que deflagraram até 15 de agosto, 1238  decorreram em agosto


Quase metade dos 7.670 incêndios registados até 1 de agosto deflagraram nos meses de maio e fevereiro. De acordo com o último relatório provisório de incêndios rurais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que analisa as ocorrências entre 1 de janeiro e 15 de agosto, foi em maio que se deram mais ignições, com 2.122 incêndios. Em fevereiro deflagraram 1.457 incêndios e entre 1 e 15 de agosto 1.238. Ou seja, naqueles dois meses houve 3.579 ignições. O que representa cerca de 47% do total de ignições, até ao momento. 

Além disso, o relatório mostra que tanto em fevereiro como em maio o número de incêndios é o dobro da média dos últimos dez anos em períodos homólogos. 

O número de fogos deste ano é, no entanto, é o segundo mais baixo da última década e bem longe da média registada nos últimos dez anos, que ascende a 12.864 incêndios. A área ardida são 34.791 hectares dos quais 19.377 hectares foram em povoamentos, 13.433 hectares em matos e em terrenos agrícolas 1.881 hectares. 

Quebra acentuada no número de grandes incêndios

De acordo com o ICNF, até 15 de agosto deste ano houve também uma quebra acentuada no número de grandes incêndios. O relatório diz que até ao mês passado, os incêndios com área ardida inferior a 1 hectare “são os mais frequentes” representando 87% do total de fogos rurais. 

E entre a lista dos 20 maiores incêndios rurais, apenas nove estão dentro da categoria de grandes incêndios (com área ardida igual ou superior a 100 hectares). No ano passado, por esta altura, tinham ocorrido 82  grandes incêndios. Uma quebra de 89%. 

A redução acentuada acontece também entre os incêndios de maior dimensão (outra categoria, onde entram os fogos com área ardida superior a mil hectares). Este ano apenas se registou o de Monchique, cuja ignição tem a data de 3 de agosto, em que ardeu mais de mil hectares (26763 hectares). No período homólogo do ano passado, eram 23 os incêndios acima de mil hectares. 

Queimadas são a principal causa

O relatório revela ainda que, este ano, as causas mais frequentes dos incêndios foram as queimadas, com 66%, seguidas do incendiarismo imputável, com 14%.  

Do total de 7.670 dos fogos rurais deste ano, 4.850 (63%) foram investigados, estando o processo de averiguação de causas concluído. “Destes, a investigação permitiu a atribuição de uma causa para 3.421 fogos (71% dos incêndios investigados)”, conclui o relatório.