Lisboa acordou em alvoroço naquela madrugada de sexta-feira. Este sábado cumprem-se umas exatas três décadas desde o incêndio que devastou o coração lisboeta: o Chiado. Estávamos a 25 de agosto de 1988, o verão tinha sido quente, contam os jornais de então. O alerta foi dado pelas 5 horas daquela madrugada e o incêndio alastrou rapidamente, até porque o combate às chamas foi dificultado pelos pilaretes e floreiras que impediam a passagem dos carros de bombeiros. Cinco horas volvidas, já estavam totalmente em cinzas o edifício do Grandella e os antigos Armazéns do Chiado, assim como dezenas de lojas históricas, como a Casa Batalha e a Pastelaria Ferrari. As causas do incêndio nunca foram conhecidas, mas a PJ chegou a abrir um inquérito por suspeita de fogo posto, que foi arquivado em 1992.
Morreram duas pessoas – um bombeiro e um morador de 70 anos -, 300 habitantes ficaram desalojados e duas mil pessoas perderam os postos de trabalho. O incêndio, que demoraria dias a ser extinto, destruiu ainda 18 edifícios e uma área correspondente a oito campos de futebol.
Nas páginas seguintes publicamos algumas imagens da devastação provocada pelo incêndio captadas pelos fotógrafos Alfredo Cunha, José Carlos Pratas e Rui Ochôa, reunidas no livro “O Grande Incêndio do Chiado”, publicado em 2013 pela Tinta da China.