Estádios. Futebol é rei na Europa mas os maiores palcos estão na Ásia

Estádios. Futebol é rei na Europa mas os maiores palcos estão na Ásia


Coreia do Norte, Malásia e Índia têm três dos maiores dez recintos do mundo futebolístico. Obras de arquitetura imensas, muitas destas arenas expandem a sua área de influência bem para além do desporto-rei: acolhem jogos de várias outras modalidades, grandes celebrações desportivas e até eventos musicais e de outros ramos do entretenimento – no caso…


O maior do mundo vê golos, mas também outras execuções…

O Estádio 1.º de Maio norte-coreano é um dos grandes veículos de propaganda e glorificação do governo liderado por Kim Jong-un, neto de Kim Il–sung, o primeiro líder do território enquanto nação independente. Oficialmente, o recinto onde atua a seleção da Coreia do Norte alberga 150 mil pessoas desde 1989, embora em 2014 tenha sido alvo de uma remodelação para que todos os lugares sejam sentados – a lotação máxima cifra-se desde então nas 114 mil pessoas. O estádio tem sido palco, numa nota bem mais sombria, de torturas e até execuções de militares acusados de conspirar contra o regime.

RungRado 1.º de MAIO Pyongyang (Coreia do Norte): 114 000

Camp Nou cresceu, diminuiu e está prestes a voltar às origens

A casa do Barcelona desde 1957. Originalmente designado para acolher 106 146 espetadores, expandiu-se em 1982 por ocasião do Mundial, chegando aí à lotação máxima de 121 401 espetadores. Em 1995 e 2008 sofreu remodelações que lhe reduziram a capacidade para os 99 534 espetadores atuais, mas já estão em curso os trabalhos de nova remodelação que irão aumentar novamente os lugares para 105 mil – o projeto deverá estar concluído em 2021.

Camp Nou Barcelona (Espanha): 99 354

Mandela “inaugurou-o”, Iniesta marcou ali o golo mais lembrado

Também conhecido por Soccer City, devido ao facto de FNB ser a sigla do First National Bank, um dos maiores bancos sul-africanos, é o recinto do Kaizer Chiefs e onde a seleção da África do Sul atua nos jogos mais importantes. Foi ali que Nelson Mandela fez o primeiro discurso depois de sair da prisão, em 1990, e também onde se realizou o memorial após a sua morte, em 2013. Inaugurado em 1989, foi o palco da cerimónia de abertura e da final do Mundial 2010. É o maior estádio de África.

FNB Joanesburgo (África do Sul): 94 736

O soccer ganhou terreno nos EUA com a final do Mundial 94

Mais conhecido como um estádio de futebol americano, o Rose Bowl está porém marcado na história do soccer, como os norte-americanos se referem ao “nosso” futebol. Ali se jogou a final do Mundial 94 e também dos Jogos Olímpicos de 1984, bem como alguns encontros da Copa América Centenário, há dois anos. É inclusive um dos estádios candidatos a receber jogos no Mundial de 2026, que será organizado de forma tripartida por Estados Unidos, México e Canadá.

Rose bowl, Pasadena (Estados Unidos): 90 888

O palco de sonho de qualquer futebolista… e músico de topo

Um dos templos do futebol, embora o atual Estádio de Wembley só tenha nascido em 2007: é uma nova versão do Wembley inaugurado em 1923 e que foi demolido em 2003. É pertença da federação inglesa de futebol, recebendo todos os jogos caseiros da seleção de Inglaterra, bem como as finais da Taça. O seu mediatismo, porém, vai bem mais longe: ali tiveram lugar alguns dos espetáculos musicais mais concorridos dos últimos 11 anos.

 Wembley, Londres (Inglaterra): 90 000

Dos Jogos da Commonwealth aos espetáculos “Disney on Ice”

A seleção da Malásia tem um histórico e uma importância quase nula no panorama futebolístico internacional, mas pode gabar-se ainda assim de se exibir num recinto com capacidade para acolher quase 90 mil espetadores. Construído para os Jogos da Commonwealth de 1998, o maior recinto do Sudeste asiático é frequentemente palco de espetáculos musicais e de outras artes performativas, com particular destaque para o “Disney on Ice”. 

Nacional Bukit Jalil Kuala Lumpur (Malásia): 87 411

México coroou Pelé e Maradona como os reis do mundo

Muitos momentos dourados da história do futebol tiveram lugar no Estádio Azteca, inaugurado em 1966. Anfitrião das finais dos Mundiais de 70 e 86 – foi ali que Maradona, dias antes, marcou com a “Mão de Deus” e depois o “Golo do Século” frente à seleção de Inglaterra -, tinha capacidade inicial de 107 494 espetadores. Casa oficial da seleção mexicana e do Club America, é agora temporariamente também o recinto do Cruz Azul, orientado pelo português Pedro Caixinha.

Azteca Cidade do México (México): 87 523

Duplamente derrotado pelo Soccer City dos sul-africanos

Localizado no meio da autoestrada que liga o Cairo a Alexandria, foi desenhado pelas forças armadas egípcias como parte do projeto de candidatura do Egito à organização do Mundial 2010, que acabaria por ser derrotada pela apresentada pela África do Sul. Inaugurado em 2007, serve desde então de anfitrião à seleção nacional, bem como os clubes Al-Ittihad e Smouha SC. Em África, só perde em capacidade para o Soccer City de Joanesburgo.

Borg El Arab Alexandria (Egito): 86 000

Chegou a ser o maior e marcou o adeus de Oliver Kahn

Um verdadeiro multiusos, construído em 1984 e com capacidade inicial de 120 mil espetadores, cuja lotação máxima oficial foi registada em 1997: 131 781 pessoas assistiram ao Mohun Bagan-East Bengal. A remodelação em 2011 para todos os lugares sentados reduziu a lotação máxima para os atuais 85 mil espetadores, dois anos antes de ali se ter realizado o jogo de despedida de Oliver Kahn do Bayern Munique. Além da seleção da Índia, várias outras equipas do país alinham ali.

Salt Lake Calcutá (Índia): 85 000

Feito para os Jogos Olímpicos, é agora a casa de vários futebóis

Também conhecido como Estádio Olímpico ou Estádio Austrália, foi construído entre 1996 e 1999 de propósito para os Jogos de 2000. O futebol não é a modalidade mais apreciada por aquelas bandas: o ANZ é mais reconhecido por ser anfitrião de partidas de râguebi e futebol australiano (modalidade com regras diferentes do futebol convencional). Ainda assim, é ali que joga com maior regularidade a seleção australiana e também o Western Sydney Wanderers.

ANZ Sydney (Austrália): 83 500