Quando o calor se faz sentir em Portugal, as vendas de aparelhos de ar condicionado e de ventoinhas disparam. Mas não é apenas na aquisição de novos produtos que se registam aumentos. Também disparam os pedidos de reparação. De acordo com a plataforma Fixando, este ano as temperaturas altas fizeram subir abruptamente os pedidos de manutenção e arranjo de ares condicionados.
Só este mês, houve um aumento de 500% nos pedidos de instalação, manutenção e reparação de ar condicionado, em comparação com o mês de julho. “O grande aumento, que ocorre no mês mais quente de 2018, é evidente e contrasta com os restantes meses do ano, quando este tipo de pedido obteve um número estável e inferior de pedidos. A média de preços para contratar um técnico para este serviço é de 55 euros, sendo que se estimam duas horas de trabalho (cerca de 25-30 euros por hora)”, explica a plataforma online que opera em 11 países e que tem como objetivo facilitar a contratação de serviços locais.
Também o mesmo tipo de serviços disparou no que diz respeito a frigoríficos. “Nesta época quente em que muitos portugueses se dividem entre a praia e casa, e que é propícia ao consumo de produtos frescos, registou-se ainda o aumento de outra categoria face ao resto do ano: a categoria de manutenção e reparação de frigoríficos aumentou cerca de 650%, com especial incidência na região de Setúbal”.
Já em relação às piscinas, desengane-se quem pensa que também aqui o calor é amigo do negócio. A plataforma nacional sublinha que, ao contrário do que muitos possam pensar, o tempo quente não aumentou os pedidos para serviços de instalação, limpeza ou manutenção de piscinas. Aliás, nesta categoria pode mesmo dizer-se que o número de solicitações desceu: “Apesar dos aumentos nas outras categorias, nesta os valores são inferiores. Desceram consideravelmente. O máximo de solicitações aconteceu em maio, antes da chegada do verão”.
Neste caso, os dados são mais expressivos do que se possa pensar. Até porque as reparações fazem parte do dia a dia dos portugueses. Há até quem questione se os eletrodomésticos foram feitos para durar pouco e acuse os fabricantes de produzirem aparelhos com data de validade.
Neste ponto, os vendedores parecem estar de acordo: as reparações não são mais caras do que comprar um aparelho novo, mas por vezes a diferença é tão pequena que, por via das dúvidas, os consumidores preferem adquirir um produto novo.
De acordo com a Deco, hoje em dia a esmagadora maioria dos eletrodomésticos não é feita na Europa, mas sim em países com mão-de-obra barata, como a China ou a Coreia. É exatamente por isso que atualmente conseguimos comprar eletrodomésticos a preços mais baixos do que nunca. O problema é que, quando avariam, os equipamentos não são reparados nos países onde foram produzidos: são reparados na Europa, onde o preço da mão-de-obra é muito mais elevado.
Ainda assim, há quem procure resolver as avarias, antes de avançar para uma compra. Nos meses de maior calor, muitas das empresas de reparação de equipamentos como ares condicionados não têm mãos a medir.
Ondas de calor mais frequentes Os especialistas em meteorologia alertam para um futuro com cada vez mais ondas de calor. E a verdade é que se têm registado recordes absolutos de temperatura em vários locais, o que faz disparar o consumo de determinados produtos.
O setor dos ares condicionados e das ventoinhas, que este ano sofreu mais porque o calor tardou a chegar, começa finalmente a falar em recuperação. Nos primeiros dias de agosto, de norte a sul do país, as temperaturas altas obrigaram os portugueses a procurar soluções para atenuar o calor abrasador. Houve uma verdadeira corrida às ventoinhas e ares condicionados. Mas não só: o gelo também esgotou em vários postos de abastecimento.
Face à rutura de stock, uma empresa produtora de gelo reconheceu ao i que tem havido problemas porque a procura disparou e não há capacidade para corresponder a tantos pedidos.