As relações entre o autarca do Porto e o PSD da Invicta chegaram ao ponto do ultimato. “O PSD do Porto dá o prazo de final do mês de agosto para que a Câmara do Porto disponibilize todos os pareceres, trocas de correspondência com a Direção Regional de Cultura [do Norte] e decisões políticas e técnicas que estão por trás das decisões relativas às construções na Foz e na Arrábida”. Em causa estão as obras na escarpa da Arrábida, envolvendo também o ex-vereador Correia Fernandes, eleito pelo PS. Rui Moreira remeteu responsabilidades para o ex-vereador do PS num artigo no “Jornal de Notícias”, e o ex-vereador, numa declaração citada pela Lusa, acusou o autarca de “mentir”.
Não é a primeira vez que Moreira e o PSD/Porto se envolvem em polémica. Quando as obras de um empreendimento na rua de Montebelo ficaram embargadas já houvera um desentendimento. Segundo a associação “Porto, o nosso movimento”, que apoia Moreira na autarquia, o empreendimento “foi aprovado, naquele local e com aquela volumetria”, pelo executivo do então autarca do Porto, Rui Rio e atual presidente do PSD. Sucederam-se reações de parte a parte, com o PSD/Porto a insistir que a obra naquela zona da Foz velha não foi licenciada daquela forma por Rio e que Moreira estava a querer “enganar a cidade”.
A tensão política no Porto já vem de trás, mas tem um dado novo: no PSD há quem tema que o movimento independente que apoia Rui Moreira se torne um partido. Segundo apurou o i, alguns militantes estão preocupados com os efeitos a Norte e o grau de imprevisibilidade sobre a dispersão de votos no espaço eleitoral do centro-direita.
Um elemento da direção do partido que prefere não ser identificado lembrou os riscos de erosão eleitoral do ex-líder do partido Pedro Santana Lopes, acrescidos ao facto de Moreira se querer juntar a Santana, citado pelo “Público”. A ideia não foi confirmada, mas a apreensão atinge tanto distritais como a direção dos sociais-democratas.