Andanças.O que fazer para lá das danças

Andanças.O que fazer para lá das danças


Arranca hoje e prolonga-se até 5 de agosto, em Castelo de Vide, mais uma edição do Andanças, o festival que, entre as danças, continua a incluir teatro, artes visuais, cinema e circo, num convite à reflexão sobre os cruzamentos entre as diversas formas de expressão artística, território e atualidade e que, este ano, sai do…


O povo que canta – cinema

Entre a programação de cinema, oportunidade este ano para, nas sessões Manhãs Giacometti, revisitar “O Povo Que Canta”, série televisiva sobre a música tradicional portuguesa da autoria de  Alfredo Tropa e do etnomusicólogo Michael Giacometti e exibida na RTP entre 1971 e 1974. Uma seleção de vários episódios de “O Povo Que Canta” será então projetada ao longo de três sessões, nas manhãs de quinta, sexta-feira e sábado, a partir das 11h, no Cineteatro de Castelo de Vide. Durante o festival serão exibidos outros títulos como “O Último Condenado à Morte”, de Francisco Manso, “Architecte”, de Samuel Buton, ou “Écoute”, de Rocío Prieto.

Fazer bolsinhas de Castelo de Vide

Por lá, as bolsinhas de patchwork – feitas de sobras de tecidos – tradicionais de vários pontos do país e que podem ser usadas para os mais variados fins chamam-se talegos. Mesmo quem acha que não tem queda para a costura é bem-vindo a este ateliê de artesanato que só terá duas sessões: hoje (entre as 10h00 e as 11h30) e sábado (entre as 17h00 e as 18h30). Os participantes podem inscrever-se na Barraquinha de Informações, entre as 8h00 e as 21h00, para aprender esta arte junto de Helena Tobar, uma funcionária da Câmara de Castelo de Vide apaixonada pelo artesanato da sua terra desde a adolescência. 

Adufeiras do Paúl

Adufeiras, no feminino. Formado por 18 mulheres, dos 4 aos 60 anos, o grupo das Adufeiras do Paul é conhecido pelo “Cantos da Terra”, projeto etnográfico de recolha de lengalengas, adágios populares, provérbios, orações, canções de todo o ano, para ouvir depois ao som de adufes, peneiras e pedrinhas (da ribeira), num jogo poético. Para ver amanhã a partir das 15h15, no Palco Terra, e amanhã, às 18h30, em versão concerto, na igreja. Para todas as idades, prometem elas que querem chegar a todos, sobretudo aos “amantes da nossa cultura, do trabalho da terra, dos usos e costumes do nosso povo”.

À descoberta do centro histórico de Castelo de Vide

Não só por Castelo de Vide se ficarão os passeios programados para esta edição do Andanças, com tardes programadas para Nisa, Marvão e Portalegre. Mas hoje, entre as 10h e as 12h30 (e sexta-feira no mesmo horário), é dia para passeio pela vila que o acolhe: Castelo de Vide. Com a conversa que vier dos lugares, do burgo medieval à judiaria, a sinagoga ou a Oficina-Museu Mestre Carolino Tapadejo, uma das 12 oficinas de ferreiro que em inícios do século XVI funcionavam naquela rua – a Rua Nova -, onde vários artífices judeus convertidos ao cristianismo depois de expulsos de Espanha pela Inquisição desenvolviam as suas atividades.

Tarde em Nisa, Marvão e Portalegre

E porque o Alentejo não se faz só de Castelo de Vide, há visitas programadas a outros Alentejos: Marvão (hoje, das 14h30 às 17h30), Nisa (quinta, no mesmo horário) e Portalegre (sexta-feira). O ponto de encontro do grupo para as visitas é sempre o mesmo: junto à Cascata do Jardim (em frente ao Espaço Coreto). A organização recomenda levar calçado confortável, chapéu e garrafa de água, fato de banho e toalha. Nas visitas, acompanhadas de uma breve contextualização histórica, os festivaleiros podem conhecer os principais pontos de interesse de cada uma destas regiões. Sabia, por exemplo, que há uma peça de Joana Vasconcelos (“Valquíria Enxoval”) em Nisa? 

Boleima na casa de chá Belmira

Primeiro vamos à boleima: doce tradicional do Alto Alentejo, reza a história que introduzida na região pelos judeus como uma recordação do pão ázimo que os judeus fizeram pela primeira vez antes da fuga do Egito. Em Castelo de Vide, boleima quer-se de maçã, em particular, e essa mesmo poderá aprender a confecionar num workshop pela própria Belmira, que com a filha Elisa dirige a Casa de Chá Belmira, conhecida pelos seus bolos e doces tradicionais. O workshop decorre amanhã entre as 11h30 e as 13h e, devido à lotação limitada do espaço, é necessária inscrição prévia, na Barraquinha de Informações, aberta entre as 8h e as 21h. 

Cães nos andanças

A organização dedica tanta importância aos amigos de quatro patas que lhes dedica um separador inteiro na página online das informações úteis. Embora continuem a ser bem-vindos, o Andanças recomenda que os tutores apenas se façam acompanhar dos animais em “último recurso” e elencam várias razões, começando logo por, este ano, o festival decorrer em espaço urbano, pelo que os animais terão de estar sempre presos; para além da música alta “nos sucessivos concertos e oficinas” e da temperatura, que será superior a 40 graus. Apesar destas chamadas de atenção, o festival não veda a presença dos caninos, cuja entrada é, contudo, limitada ao número de vagas.

Fazer pão e manteigas oleaginosas

Já se percebeu que neste Andanças não faltarão oportunidades para melhorar a sua performance culinária. Com Manuel Maneira que, explica o site da organização, descobriu há dez anos (tem 80) as vantagens da agricultura e o gosto pela vida do campo – formado em Radiologia, Enfermagem e Cerâmicas, também passou pelo setor da construção civil -, vai poder aprender a fazer pão em forno a lenha (na sexta, entre as 11h00 e as 13h00) e, para os mais interessados em matérias de saúde, manteigas oleaginosas (na quinta, das 17h00 às 18h30). Mais uma vez, as inscrições são feitas na Barraquinha de Informações, todos os dias, no horário que já indicámos.