O número de trabalhadores abrangidos pelo salário mínimo nacional (SMN) fixou-se nos 764,2 mil em março. Este número representa um aumento de 4,2% face a igual período do ano passado. “Ainda que o número de trabalhadores abrangidos tenha aumentado para cerca de 764,2 mil em março de 2018 [com um acréscimo de 4,2% em termos homólogos], a percentagem de trabalhadores abrangidos pelo SMN foi de 22,9% em março deste ano, sem alteração face ao mesmo mês do ano passado”, revelou o ministério de Vieira da Silva.
Mas apesar deste acréscimo, o ministro do Trabalho garante que a evolução tem sido acompanhada por uma “forte criação” de emprego e frisou que os restantes escalões remuneratórios também evoluíram positivamente. “A evolução do salário mínimo tem sido acompanhada por uma forte criação de emprego. Ao contrário dos anos anteriores, este aumento não provocou um aumento da percentagem de trabalhadores a receber o salário mínimo”, referiu.
De acordo com o relatório, a incidência do SMN nos jovens fixou-se em 30%, em comparação com os 30,6% registados em março de 2017. Já os trabalhadores dos 25 aos 29 anos, a incidência recuou de 24% em março de 2017 para 23,6% em março deste ano e nos adultos (que representam 82% dos trabalhadores com remuneração declarada) registou-se um ligeiro aumento, passando de 22,1% para 22,2%.
Segundo o ministério, a análise “das trajetórias salariais dos trabalhadores”, empregados entre outubro de 2016 e outubro de 2017, revela “aumentos salariais nominais” na ordem dos 4%, mas que avançam para cerca de 8% no caso dos trabalhadores que mudaram de posto de trabalho.
Parceiros reagem Para o líder da CGTP, este número continua a ser “muito significativo” ao lembrar que há cerca de seis anos rondava os 11%. “É importante que o salário mínimo continue a evoluir, mas também os outros salários evoluam, de forma a haver uma mais justa distribuição da riqueza”, referiu Arménio Carlos.
Já Paula Bernardo, da UGT, disse que o relatório de acompanhamento confirma a posição que a central sindical tem defendido de que “não seria nunca o aumento do salário mínimo a provocar a queda da economia”.
Por seu lado, João Vieira Lopes, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), considerou que o número de trabalhadores a auferir o salário mínimo “continua bastante alto”, mas remeteu para mais tarde uma posição mais completa sobre os números apresentados, de forma a não criar para já “falsas expectativas”.
Também o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, mostrou-se “apreensivo” em relação aos dados apresentados e sublinhou que os mesmos ainda vão ser trabalhados para, mais tarde, serem apresentadas aos parceiros sociais medidas para “dinamizar mais a economia”.