Todos nós podemos reconhecer facilmente que a política pública do mar é essencial para alavancar em Portugal uma nova oportunidade de desen-volvimento das atividades de mar, ajudando a projetar uma nova dimensão que pode oferecer infindáveis possibilidades para o nosso desenvolvimento coletivo.
Destaco a existência da estratégia nacional para o mar, que veio proporcionar a criação de condições fundamentais para concertar as ações estratégicas necessárias à promoção, valorização e desenvolvimento efetivo da economia azul; por outro lado, o empenho e zelo de diversos atores, públicos e privados, responsáveis pelo desenvolvimento da política pública do mar, que têm procurado, tanto quanto possível, criar as condições para a sua implementação, desenvolvimento e crescimento.
No entanto, muito do seu trabalho, dinâmica, propostas e êxitos, nas diversas vertentes do mar, não chegam ao grande público. Regra geral, o que sobressai são os desastres e os erros que ocorrem no mar ou então que este serve como um fator atrativo de férias.
Esta realidade é uma mostra clara da existência de uma falha comunicacional. A mensagem não consegue chegar – muitas vezes, os êxitos não são conhecidos, as propostas não são valorizadas e ou apoiadas, e as justas e adequadas aspirações para garantir o sucesso de uma determinada ação, seja ela de caráter económico, de investigação e ou inovação, social ou de outro âmbito, não são asseguradas e ou atempadamente atendidas.
Tudo isto porque o conhecimento público dos projetos, propostas e atividades do mar em geral, sua importância e contributo para o desenvolvimento e crescimento do saber e da economia do país, não é por norma objeto de notícia e ou comentário nos órgãos de comunicação social.
É, pois, preciso reverter este facto, importando para isso que os atores de mar, individualmente e em conjunto, sejam capazes de estabelecer um plano de marketing e se disponham a apoiar iniciativas que promovam informação de amplo espetro, e em continuidade, sobre a sua atividade, projetos e opiniões.
Não chega somente afirmar que se tem razão para se afirmar a economia azul como oportunidade e valor com ampla capacidade de assegurar desenvolvimento e crescimento a Portugal. É preciso que o público em geral o reconheça e acredite, sendo fundamental a abertura dos envolvidos para comunicar com qualidade e objetividade, com e nos meios adequados, pois só assim, na minha opinião, esta política pública pode vencer e afirmar o mar português.
Gestor e analista de políticas públicas
Escreve quinzenalmente à sexta-feira