Não sou militante nem simpatizante do PSD, mas sou eleitor do centro- -direita. Não tenho nada contra Rui Rio, mas fui desde cedo um dos primeiros a alertar para o perigo de virmos a ter um PSD economicamente mais socialista do que o próprio Partido Socialista. Infelizmente, o presidente do PSD está a cumprir com as expetativas.
Rio quer um Estado interventivo. Mas, pior do que isso, Rio quer um Estado gastador. O melhor exemplo é esta proposta social-democratizante de aumento da natalidade, em que o Estado adota a postura do paizinho que sustenta o filho trintão e decide aumentar-lhe a mesada quando este lhe dá novos netinhos.
Rio quer aumentar a natalidade pondo o Estado a financiar as famílias. Eu queria que o maior partido do centro-direita propusesse aumentar a natalidade diminuindo radicalmente (e finalmente) a carga fiscal sobre as famílias, as empresas e o trabalho. É esta postura que devia distinguir a direita da esquerda. É esta postura que deveria distinguir o PSD do PS e das esquerdas unidas.
O PSD quer discutir seriamente este tema? O PSD quer discutir este tema sem se comportar como um PS com um D no final? Então basta colocarem uma questão simples às famílias (principalmente às mais novas): se o vosso vencimento mensal bruto fosse o vosso rendimento mensal líquido, teriam mais filhos? Obviamente que sim.
O que impede as famílias portuguesas de terem mais filhos não é receberem mais ou menos esmolas do Estado. O que impede as famílias portuguesas de terem mais filhos é vivermos num país com uma carga fiscal (direta e indireta) absolutamente pornográfica. O que nos impede de aumentarmos a natalidade é vivermos num país economicamente débil e fragilizado por uma legislação laboral envelhecida, castradora das relações comerciais entre empregados e empregadores e tendencialmente marxista.
Não quero viver num país em que o Estado suborna as famílias para que estas tenham mais filhos. Quero antes viver num país que dá condições económicas às famílias para que tenham mais filhos. É isto que me afasta de Rui Rio e deste novo PSD à moda de Olof Palme.
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