A crise do futebol espetáculo


Só os “homens do Futebol” poderão “salvar” o Futebol do descrédito em que vive hoje, percebendo que a sua tutela não pode ser o Ministério da Educação, mas sim a Inspecção Geral dos Espectáculos


1 – A crise, vivida em Portugal, no âmbito do futebol profissional, ou seja, dos trabalhadores do futebol, existe, porque certas “autoridades”, além de não terem qualquer formação nessa área, julgam que tutelando a “indústria do futebol”, se tornam pessoas importantes e com “poder”, fingindo que estão imunes à corrupção que, segundo especialistas, grassa nesse setor.

2 – A denominação do futebol profissional, por Desporto serve para confundir os espíritos de boa-fé, mas também serve para enganar todos aqueles que são néscios nestas matérias e ainda “os pobres de espírito”, ou seja, os ignorantes.

3 – O poder político constituído, após o 25 de Abril, nunca foi capaz de entender, até ao presente momento, qual a razão pela qual o “regime de Salazar”, deixava o futebol profissional, na tutela do Ministério da Educação, já que era a única entidade que podia dar alguma, aparente, credibilidade à ”lavagem aos cérebros” dos cidadãos, que por esse meio, ficavam ALIENADOS e alheados da política, como convinha ao “regime”.

4 – Se houvesse um Ministério da Educação que tivesse, no seu seio, pessoas com conhecimento profundo, do que é a “Educação, e para que serve, rapidamente concluiriam que o futebol profissional, ou melhor, que a “Indústria do Futebol”, terá que ser integrada na Direção Geral, ou “Inspeção dos Espetáculos”, exatamente como a Tauromaquia, o Circo e outros.

5 – A melhor forma de proteger o Futebol Espetáculo é tirá-lo desta ambiguidade em que tem vivido, no pós-25 de Abril, até ao presente, que tem servido para a carreira política de muitos, que saltam da política para o Futebol e deste para cargos diretivos, até no governo, no dito Ministério… do Futebol, leia-se Secretaria de Estado da Juventude e Desporto.

6 – É estranho que pessoas que têm dedicado toda a sua vida ao futebol profissional, consintam que as ditas forças governamentais, e, sobretudo, os políticos “paraquedistas” do futebol, se apropriem, politicamente, do Futebol Profissional e o instrumentalizem a seu favor, mas prejudicando, claramente, a Indústria e a sua Credibilidade.

7 – Desde o 25 de Abril até hoje, alguns políticos, ligados ao Futebol e a Câmaras Municipais, têm sido acusados de corrupção e têm tido vários problemas com a Justiça, o que prejudica a credibilidade dessa indústria, criando-lhe dificuldades e aumentando suspeitas acerca da chamada “VERDADE PROFISSIONAL”, e não desportiva, porque os profissionais da bola não são desportistas, mas podem ser profissionais honestos, que não alinham em certas “trapalhadas”, como alguns políticos, infelizmente, têm alinhado, dando azo, a que, algumas pessoas, generalizem, e julguem que é tudo igual…

8 – CONCLUSÃO

a) Não se pode esperar qualquer solução, vinda da parte de quem é responsável pela atual situação de descrédito, vivida pela Indústria do Futebol;

b) Não é possível, ao Ministério da Educação, ajudar a resolver uma situação que ele nem sequer entende;

c) Só os “homens do Futebol” poderão “salvar” o Futebol do descrédito em que vive hoje, percebendo que a sua tutela não pode ser o Ministério da Educação, mas sim a “Inspeção Geral dos Espetáculos”, com pessoas sem objetivos políticos nem ambições materialistas de riqueza, à custa de exploração dos Trabalhadores do Futebol;

d) Fora do poder político é mais fácil, o Futebol Profissional, seguir o seu caminho, mais livre e, sobretudo, com maior dignidade, que muitos ainda possuem.

Sociólogo, Escreve quinzenalmente