Envolto em polémica por ter ignorado o roubo de 50 milhões de perfis de utilizadores pela Cambridge Analytica, a rede social Facebook, fundada por Mark Zuckerberg, vê-se agora enredada numa nova polémica. Desta vez é sobre um memorando interno de junho de 2016, assinado pelo vice-presidente da empresa, Andrew Bosworth, que demonstra que os responsáveis da empresa estão conscientes dos riscos que a rede social pode representar para os seus utilizadores mas que preferiram ignorar para continuarem a "ligar as pessoas".
"Ligamos pessoas. Ponto final. É por isso que todo o trabalho que fazemos para crescer é justificado. Então ligamos mais pessoas. Isso pode ser mau se o tornarem negativo. Talvez custe a vida a alguém ao expô-lo a bullies. Talvez um dia alguém morra num ataque terrorista coordenado com as nossas ferramentas", pode ler-se no memorando a que o site BuzzFeed divulgou na quinta-feira.
Entretanto, Zuckerberg já veio publicamente afirmar que o conteúdo do memorando não representa a ética pela qual a empresa se rege. "Nunca acreditámos que os fins justificam os meios", disse Zuckerberg num comunicado enviado ao BuzzFeed. "Reconhecemos que ligar as pessoas não é suficiente por si próprio. Também temos de trabalhar para aproximar as pessoas. Mudámos a nossa missão inteira e foco da empresa para o refletir neste último ano", concluiu.
Esta nova polémica veio levantar interrogações sobre até onde e como estará o Facebook disponível para fazer em prol da sua estratégia de crescimento e de ligação das pessoas.