Da boa educação ao politicamente correto

Da boa educação ao politicamente correto


Numa altura em que o politicamente correto começa a ser posto em causa, com ou sem razão, é notória a necessidade por parte dos políticos e comentadores de se intitularem como “politicamente incorretos”, não obstante a sua boa educação. Será o politicamente correto inimigo da verdade? Será falta de educação? Vejamos… Eu não me considero…


Numa altura em que o politicamente correto começa a ser posto em causa, com ou sem razão, é notória a necessidade por parte dos políticos e comentadores de se intitularem como “politicamente incorretos”, não obstante a sua boa educação. Será o politicamente correto inimigo da verdade? Será falta de educação? Vejamos…

Eu não me considero a pessoa mais politicamente correta, mas também é necessário preservar a fraternidade entre os homens, e ser politicamente correto também é respeitar o próximo. É politicamente correto uma ministra dizer que ao demitir-se irá gozar as férias que não teve? Não é correto, bastante infeliz até. Um político em qualquer cargo eleito está pura e simplesmente a servir o seu país, o que deverá ser uma honra sem tempo para férias, mas também não vejo porque será falta de educação, como o senso comum assim o julgou. Será politicamente correto um candidato autárquico assumir que um dos problemas do concelho a que se candidata se baseia num grupo especifico de pessoas, neste caso numa etnia que vive exclusivamente de subsídios? Não é nem nunca será politicamente correto, mas terá sido falta de educação? Penso que não. As pessoas, mas principalmente os críticos, tendem a misturar as duas coisas quando mais lhes convém, sejam eles de esquerda, de direita, do centro ou mesmo apartidários. 

O que também acontece, e não é pouco, é adulterações da verdade por parte dos comentadores políticos. Há poucos dias, a vítima foi o ministro das Finanças. Segundo uma fonte, e passo a citar, “Centeno diz que fogos até vão ser bons para as contas públicas”. Falso, tal nunca foi dito direta ou indiretamente. Isto não é boa educação, não é politicamente correto nem respeito pela liberdade de expressão, é mentira. 

Há que ter sempre em conta a verdade absoluta da coisa, o facto, a razão, há sempre que agir de acordo com a boa-fé, não confundir o politicamente correto com boa educação, e é também essencial que não se faça uso deliberado do valor nuclear da nossa democracia, que é a liberdade, neste caso específico da liberdade de expressão, para mentir. 

 

Escreve à terça-feira