As autoridades turcas detiveram esta quinta-feira oito ativistas de Direitos Humanos, entre eles a diretora da Amnistia Internacional na Turquia, Idil Eser.
As detenções aconteceram durante um seminário sobre proteção na Internet e deram-se “descaradamente sem causa”, segundo escreve esta quinta-feira a Amnistia.
“Trata-se de um grotesco abuso de poder que sublinha a precária situação que vivem os ativistas de direitos humanos no país”, argumenta a organização. “Idil Eser e quem foi detido com ela devem ser imediata e incondicionalmente libertados", sustenta.
Never, in the history of @amnesty, director and chair detained. #Turkey must release them. https://t.co/sSWTT8Sw4O pic.twitter.com/l9yrS4FCHt
— Gauri van Gulik (@GaurivanGulik) July 6, 2017
A Turquia continua em estado de emergência desde a tentativa de golpe de Estado do ano passado.
Desde esse momento foram detidas mais de 50 mil pessoas e outras dezenas de milhares foram demitidas de cargos públicos, sobretudo sob o pretexto de estarem a colaborar com uma rede secreta de apoiantes de Fettulah Gullen, o dissidente auto-exilado nos Estados Unidos a quem Ancara aponta o dedo pelas operações de 2016.
Não se conhece o paradeiro do grupo de ativistas detidos. A polícia realizou a operação num hotel em Buyukada, uma ilha no Mar de Mármara.
Segundo a Amnistia Internacional, Idil e os outros sete ativistas não conseguiram ainda reunir-se com advogados ou fazer telefonemas. Entre os detidos estão também um cidadão alemão e outro sueco.