As previsões de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China, alimentadas pelas ameaças de Donald Trump e Rex Tillerson, antes, durante e após a campanha presidencial norte-americana, estão longe de se confirmar.
Chineses e norte-americanos anunciaram hoje um primeiro acordo, de dez pontos, que pressupõe a abertura do mercado chinês às agências de rating dos EUA e a retoma das importação de carne de vaca e de gás natural americano.
Para além disso, a China aceitará igualmente a entrada das companhias de cartões de crédito americanas no país.
China just agreed that the U.S. will be allowed to sell beef, and other major products, into China once again. This is REAL news!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) May 12, 2017
Do lado dos EUA, abre-se o mercado aos bancos chineses e à importação de aves cozinhadas.
Os chineses foram um dos principais alvos de Trump, durante a corrida à presidência. As críticas às táticas comerciais de Pequim que, segundo o então candidato republicano, contribuíram para o encerramento de empresas norte-americanas e para o aumento do desemprego – devido aos baixos custos de mão-de-obra e produção comparados com aquilo que é praticado nos EUA – foram constantes, quer em comícios, quer em mensagens do magnata partilhadas no Twitter.
“Não podemos permitir que a China viole o nosso país”, defendeu Trump inúmeras vezes, espoletando respostas ríspidas por parte da comunicação social chinesa, ligadas ao governo de Pequim.
Did China ask us if it was OK to devalue their currency (making it hard for our companies to compete), heavily tax our products going into..
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 4, 2016
their country (the U.S. doesn't tax them) or to build a massive military complex in the middle of the South China Sea? I don't think so!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 4, 2016
A visita do presidente Xi Jinping ao resort de Mar-a-Lago, na Florida, e a oficialização deste acordo, abrem um novo capítulo na relação entre Trump e a China.