Se é verdade que grande parte dos louros, na vitória eleitoral da CDU no estado federado alemão do Sarre, pertencem à carismática Annegret Kramp-Karrembauer – a cabeça de lista dos democratas cristãos, apelidada pelo “Guardian” como ‘Mini-Merkel –, a verdade é que a chanceler alemã não se coibirá de recolher alguns também para si.
O seu partido vinha de uma série preocupante de resultados eleitorais embaraçosos e tinha pela frente um renovado SPD, entusiasmado pela nova liderança de Martin Schulz, e uma incómoda AfD, a plataforma de extrema-direita apostada em roubar votos à direita tradicional.
A vitória eleitoral de domingo, no pequeno território que faz fronteira com França e Luxemburgo, com um aumento de 5% dos votos em relação à disputa anterior, foi, pois, um verdadeiro balão de oxigénio para Angela Merkel com vista às eleições gerais marcadas para setembro.
A CDU conseguiu mais de 40% da totalidade de votos, ao passo que os sociais-democratas ficaram-se pelos 30%, e acabam por descer à terra, depois de um período de euforia, trazido pelo anúncio da candidatura do ex-presidente do Parlamento Europeu ao cargo de chanceler. “O nosso objetivo é mudar o governo federal [e] a corrida é de longa distância, não é um sprint”, explicou Schulz, citado pelo “El País”, na hora de justificar a derrota no Sarre.
Para além da vitória sobre o SPD, a CDU também conseguiu bloquear os efeitos do crescimento da extrema-direita na região, uma vez que a AfD se ficou pelos 6% da totalidade de votos. Ainda assim, com o deputado que elegeu no Sarre, o partido anti-imigração aumentou para 11 os representantes já tem em 16 estados alemães.
Antes das eleições do final do verão, ainda terão lugar outras duas disputas regionais, em maio, com destaque para a Renânia do Norte-Vestefália, o estado mais populoso da Alemanha.