Os números do campeonato estão em queda vertiginosa, atingindo valores que ferem a autoestima da fiel massa adepta do clube. Quem esteve em Alvalade no último domingo percebeu, claramente, que os limites da paciência estão já muito próximos da intolerância e que os pecados de Jesus têm cada vez menos… perdão. O branco dos lenços mais não é do que o branco dos títulos.
Do oitenta ao oito foi um passinho tão rápido quanto inesperado. Em pouco mais de uma semana, o Sporting passou da discussão da liderança (entrou na Luz a dois pontos do Benfica) para um incómodo e preocupante quarto lugar, longe dos rivais de sempre e distante do nível exibicional que o treinador leonino sempre fez gala de elogiar. O Sporting que se perdeu na Europa em Varsóvia nada teve a ver com aquele que deslumbrou em Madrid; o Sporting confuso (seria só cansaço?) e inseguro que perdeu frente ao Sporting de Braga poucas semelhanças teve com aquele que, uma semana antes, se apresentou na Luz. Um trambolhão de consequências (ainda) difíceis de quantificar, mas que não deixa de ser intrigante para quem analisa de fora o que se passa em Alvalade.
Por muitas razões (exteriores) que Bruno de Carvalho tente encontrar para tudo o que vai mal no reino do leão, é inquestionável que o retorno dos investimentos feitos nas últimas duas épocas apresenta, até ao momento, um défice que se reflete na impaciência das bancadas e na “vergonha” que os adeptos expressam em voz alta. Gritar pela razão não chega. É preciso sustentá-la com factos. É imperioso justificá-la com sucessos desportivos. Porque no meio de tanta algazarra, o pior dos ruídos é mesmo… o dos maus resultados. E esses, sim, são o maior de todos os “inimigos”.