A principal vítima nos mercados cambiais, esta quarta-feira, é o peso mexicano, que atingiu um mínimo histórico em relação ao dólar, depois de cair 10% em poucas horas. "Esta queda é explicada pelo desejo de Trump fechar muito mais a fronteira com o México e anular os acordos de livre comércio. Essa perspetiva assusta os investidores no México. Até agora o país beneficiava por ser uma retaguarda das empresas industriais americanas e está dependente de transferências financeiras significativas dos mexicanos que trabalham nos Estados Unidos", diz o relatório da Proteste Investe.
Além do caso particular do peso, o dólar depreciou-se bastante nos mercados cambiais, principalmente contra os ativos-refúgio, como o franco suíço e o iene japonês, mas também em relação ao euro. "Estas reações são expectáveis e relativamente limitadas. Os mercados esperavam uma vitória de Hillary Clinton e não apreciaram a surpresa de última hora", salienta o documento.
A Proteste Investe deixa ainda recados aos investidores: "o candidato atípico, o discurso não convencional de Donald Trump é desconcertante. Até que a sua agenda política seja mais clara, o dólar pode permanecer mais volátil tal como os mercados de ações. Mas indo além das turbulências de curto prazo, são os fundamentos económicos é que continuarão a definir o valor do dólar e a orientar a nossa estratégia de investimento. A vitória de Donald Trump não altera a nossa visão positiva da economia dos Estados Unidos, nem os conselhos sobre os ativos americanos". Mas admite que, em relação ao México "estamos agora bastante mais pessimistas".