Teoria da conspiração?


Não quero parecer obcecado com a candidatura de Guterres, mas permitam-me que partilhe o que me vai na alma. Aquilo a que temos assistido não é mais do que a subversão, às claras, de um processo que deveria ser o mais transparente e credível de todos! Não me lembro de alguma vez ter sido assim!…


Não quero parecer obcecado com a candidatura de Guterres, mas permitam-me que partilhe o que me vai na alma.

Aquilo a que temos assistido não é mais do que a subversão, às claras, de um processo que deveria ser o mais transparente e credível de todos! Não me lembro de alguma vez ter sido assim!

Tudo o que vimos acontecer em redor deste processo e as movimentações para impor Georgieva não me convencem. Não acho que sejam obra do acaso. Ignorem o facto de Guterres ser português. Foquem-se no homem! Nos seus valores sociais, políticos e pessoais. O homem de esquerda, humanista e defensor do Estado social.

Agora isolem os acontecimentos paralelos: 

Tínhamos a candidata oficial búlgara Irina Bokova, socialista, apoiada pelo seu governo e no processo desde o início. Enfrentou as rondas de entrevistas e, à última hora, tira-se--lhe o tapete. 

Entra Kristalina, e de forma pouco cristalina e sem apoio formal do seu governo. É vice--presidente da Comissão, da qual tira uma licença sem vencimento para se apresentar como candidata (como quem diz: “Esperem… pediram para ser candidata a SG das NU, mas se não der, volto.”). De direita (do partido Cidadãos pelo De-senvolvimento Europeu, o mesmo de Boyko Borissov e do PPE) e apoiada (ou empurrada, se quiserem) por uma “grupeta” de ilustres personalidades, também elas de direita. 

À cabeça, a senhora todo-poderosa chanceler alemã. A guardiã da austeridade, da inflexibilidade social e do rigor, mas que por estes dias se vê com o bebé Deutsche Bank nos braços, à beira do resgate. Aparentemente, a culpa é da especulação, diz o seu CEO John Cryan. Parafraseando Sigmar Gabriel, não sei se ria ou se chore, também! É preciso ter muita lata!

Depois, a figura cada vez mais sinistra de Durão Barroso. Não só apoia a candidatura de Georgieva como, aparentemente, a promoveu e defendeu no grupo de Bilderberg, onde terá convencido Boyko Borissov a alterar a sua posição. Mais interessante é que tudo isto se passa na mesma altura em que entra no Goldman. Apenso a Barroso temos ainda um tal Mário David, que atira que Georgieva “é uma vítima e não uma oportunista”. Apoia porque “não deixa cair um amigo” e, neste caso, uma amiga de longa data… são mais de 84 meses de amizade (soa melhor em meses). Barroso já o deixou cair e demarcou-se. Dispensa comentários!

Chamem-lhe o que que quiserem. Para mim existe uma estratégia objetiva dentro do PPE, que tem dominado a Europa e procura ocupar posições-chave a nível mundial. 

Podemos ir mais longe. Nunca me convenceu o episódio Strauss-Kahn. O facto é que era socialista e o FMI queria uma abordagem mais ténue. O escândalo afastou-o em plena crise financeira, no período pré-intervencionista, e impossibilitou-o de vir a ser presidente de França (onde tinha francas hipóteses). Acho estranho o timing em que se expôs a sua obsessão. Calhou bem a uma certa Europa ter, por um lado, um Hollande de pólvora seca e, por outro, uma ultraliberal como Lagarde no FMI. Faz sentido que FMI, BCE e Comissão se tenham entendido às mil maravilhas no desenho dos programas da troika. 

Podem ser coincidências… Claro!


Teoria da conspiração?


Não quero parecer obcecado com a candidatura de Guterres, mas permitam-me que partilhe o que me vai na alma. Aquilo a que temos assistido não é mais do que a subversão, às claras, de um processo que deveria ser o mais transparente e credível de todos! Não me lembro de alguma vez ter sido assim!…


Não quero parecer obcecado com a candidatura de Guterres, mas permitam-me que partilhe o que me vai na alma.

Aquilo a que temos assistido não é mais do que a subversão, às claras, de um processo que deveria ser o mais transparente e credível de todos! Não me lembro de alguma vez ter sido assim!

Tudo o que vimos acontecer em redor deste processo e as movimentações para impor Georgieva não me convencem. Não acho que sejam obra do acaso. Ignorem o facto de Guterres ser português. Foquem-se no homem! Nos seus valores sociais, políticos e pessoais. O homem de esquerda, humanista e defensor do Estado social.

Agora isolem os acontecimentos paralelos: 

Tínhamos a candidata oficial búlgara Irina Bokova, socialista, apoiada pelo seu governo e no processo desde o início. Enfrentou as rondas de entrevistas e, à última hora, tira-se--lhe o tapete. 

Entra Kristalina, e de forma pouco cristalina e sem apoio formal do seu governo. É vice--presidente da Comissão, da qual tira uma licença sem vencimento para se apresentar como candidata (como quem diz: “Esperem… pediram para ser candidata a SG das NU, mas se não der, volto.”). De direita (do partido Cidadãos pelo De-senvolvimento Europeu, o mesmo de Boyko Borissov e do PPE) e apoiada (ou empurrada, se quiserem) por uma “grupeta” de ilustres personalidades, também elas de direita. 

À cabeça, a senhora todo-poderosa chanceler alemã. A guardiã da austeridade, da inflexibilidade social e do rigor, mas que por estes dias se vê com o bebé Deutsche Bank nos braços, à beira do resgate. Aparentemente, a culpa é da especulação, diz o seu CEO John Cryan. Parafraseando Sigmar Gabriel, não sei se ria ou se chore, também! É preciso ter muita lata!

Depois, a figura cada vez mais sinistra de Durão Barroso. Não só apoia a candidatura de Georgieva como, aparentemente, a promoveu e defendeu no grupo de Bilderberg, onde terá convencido Boyko Borissov a alterar a sua posição. Mais interessante é que tudo isto se passa na mesma altura em que entra no Goldman. Apenso a Barroso temos ainda um tal Mário David, que atira que Georgieva “é uma vítima e não uma oportunista”. Apoia porque “não deixa cair um amigo” e, neste caso, uma amiga de longa data… são mais de 84 meses de amizade (soa melhor em meses). Barroso já o deixou cair e demarcou-se. Dispensa comentários!

Chamem-lhe o que que quiserem. Para mim existe uma estratégia objetiva dentro do PPE, que tem dominado a Europa e procura ocupar posições-chave a nível mundial. 

Podemos ir mais longe. Nunca me convenceu o episódio Strauss-Kahn. O facto é que era socialista e o FMI queria uma abordagem mais ténue. O escândalo afastou-o em plena crise financeira, no período pré-intervencionista, e impossibilitou-o de vir a ser presidente de França (onde tinha francas hipóteses). Acho estranho o timing em que se expôs a sua obsessão. Calhou bem a uma certa Europa ter, por um lado, um Hollande de pólvora seca e, por outro, uma ultraliberal como Lagarde no FMI. Faz sentido que FMI, BCE e Comissão se tenham entendido às mil maravilhas no desenho dos programas da troika. 

Podem ser coincidências… Claro!