O mercado livre de eletricidade alcançou um número acumulado de cerca de 4,5 milhões de clientes em maio, com um crescimento líquido de cerca de 32 mil clientes face a abril de 2016. Os dados foram avançados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e revelam ainda que há 1,6 milhões de clientes no mercado regulado, como tal, sujeitos às tarifas transitórias de 2,5%, o que representa um aumento de 1,18 euros numa fatura média mensal de 47 euros.
O número de clientes no mercado livre cresceu 0,7% em maio face a abril. Um crescimento semelhante ao que foi registado no mês anterior. Desde maio de 2015, o número de consumidores no mercado livre cresceu 12%, a uma taxa média mensal de 1%.
Em termos de segmentos, praticamente a totalidade dos consumos de grandes consumidores está no mercado livre. Já no segmento dos consumidores domésticos, o consumo em mercado livre está acima dos 78% do total do segmento (cerca de 71% em maio de 2015) com um crescimento sustentado desde o final de 2012.
EDP mantém liderança
A EDP Comercial manteve, em maio, a sua posição como o principal operador no mercado livre em número de clientes (85% do total de clientes) e em consumos (cerca de 45% dos fornecimentos no mercado livre). Face a abril de 2016 a sua quota manteve-se em número de clientes e aumentou ligeiramente em consumo (0,3 p.p.).
Em número de clientes a Endesa (3,6 %) diminuiu ligeiramente a sua quota em 0,1 p.p., tendo a Iberdrola (2,3%) aumentado a sua quota na mesma proporção. Todas as restantes comercializadoras mantiveram sensivelmente as suas quotas: a Galp (5,8%), a Goldenergy (1,5%), a GN Fenosa (0,8%), a Ylce (0,2%) e os comercializadores agrupados na rubrica “Outros” (0,5%).
Um cenário diferente no segmento de grandes consumidores. A Iberdrola mantém a liderança do segmento (25%), tendo verificado uma subida ligeira de 0,2 pontos percentuais. Já a EDP (22%) subiu a sua quota em 0,6 p.p., tendo passado para o segundo lugar no segmento, forçando assim a descida da Endesa para a terceira posição, com uma quota muito próxima (22%).
Esta última verificou uma descida de quota na mesma proporção, de 0,6 pontos percentuais, enquanto a GN Fenosa (9,0%) verificou uma descida de 0,3 p.p., tendo a Galp (6,9%) aumentado ligeiramente em 0,1 pontos percentuais. A Fortia (15%), a Axpo (0,4%) p.p. e o conjunto de comercializadores agrupados na rubrica “Outros” (0,2%) mantiveram a sua quota inalterada neste segmento.
Mercado regulado em queda
A entidade reguladora acredita que o número de clientes no mercado regulado “seja continuadamente mais próximo de um valor nulo, em termos absolutos, à medida que se tornem efetivas as consequências da extinção de tarifas reguladas para estes segmentos”, cujo período transitório termina a 31 de dezembro do próximo ano.
Aliás, o mercado regulado está praticamente concentrado no segmento de clientes domésticos, já que os restantes representam cerca de 0,2% do número total.
É de referir que, os consumidores que já escolheram um comercializador em regime de mercado não podem regressar ao mercado regulado, a menos que sejam clientes vulneráveis, ou seja, clientes que beneficiem da tarifa social.
Esta mudança para o mercado regulado não implica qualquer alteração da instalação consumidora, como é o caso, por exemplo, do contador. Não existe um número máximo de mudanças e o prazo máximo para essa alteração é de três semanas. No entanto, a ERSE admite que o prazo mais comum é de cinco dias úteis.