Os Tories em momento House of Cards


As traições são comuns em política, mas esta história é digna de “House of Cards.


Conhece Michael Gove? É natural, ninguém o conhece. Foi ministro da Educação e da Justiça de Cameron e era agora o braço direito de Boris Johnson, a estrela da campanha do Brexit que toda a gente esperava que anunciasse ontem a sua candidatura à liderança dos conservadores.

Mr. Gove já tinha dito várias vezes que não reunia qualidades para ser candidato à liderança do Partido Conservador e muito menos para ser primeiro-ministro do Reino Unido. Gove e Boris Johnson eram amigos íntimos há 30 anos. Na campanha do Brexit, Gove era o número dois de Boris. A relação era “sólida como uma rocha”, diziam fontes dos dois lados.

Acontece que na manhã de ontem, cedinho, sem avisar o amigo, Gove surpreendeu a Inglaterra ao anunciar que se candidatava a líder dos conservadores. Boris soube pela televisão, quando estava preparado para anunciar a sua candidatura à liderança. Às 11 e pouco da manhã deu na mesma a conferência de imprensa, mas para dizer que, afinal, desistia.

As traições são comuns em política, mas esta história é digna de “House of Cards”, a série que viciou – mas também enojou, as duas coisas não são incompatíveis – inúmeros espetadores pelo mundo fora.

É que neste episódio britânico, além do Frank Underwood-Michael Gove, temos Claire Underwood-Sarah Vine. O primeiro sinal de que Michael Gove estava a distanciar-se de Boris Johnson foi dado por um mail que a mulher de Gove, Sarah Vine, enviou ao marido e foi publicado por toda a imprensa de referência (“The Guardian”, por exemplo). Nesse texto, Sarah-Claire dava conselhos ao marido sobre a reunião que Gove iria ter com Boris Johnson. Além de falar num curioso “we” [”nós”, assumindo, tal como Claire, que ela e o marido funcionam como um ticket], Sarah avisa Michael de que não pode apoiar Boris sem “ter garantias específicas de que haverá controlo de imigrantes”. O mail e a sua revelação pública são um episódio de “House of Cards”. O que se seguiu também.

Os Tories em momento House of Cards


As traições são comuns em política, mas esta história é digna de “House of Cards.


Conhece Michael Gove? É natural, ninguém o conhece. Foi ministro da Educação e da Justiça de Cameron e era agora o braço direito de Boris Johnson, a estrela da campanha do Brexit que toda a gente esperava que anunciasse ontem a sua candidatura à liderança dos conservadores.

Mr. Gove já tinha dito várias vezes que não reunia qualidades para ser candidato à liderança do Partido Conservador e muito menos para ser primeiro-ministro do Reino Unido. Gove e Boris Johnson eram amigos íntimos há 30 anos. Na campanha do Brexit, Gove era o número dois de Boris. A relação era “sólida como uma rocha”, diziam fontes dos dois lados.

Acontece que na manhã de ontem, cedinho, sem avisar o amigo, Gove surpreendeu a Inglaterra ao anunciar que se candidatava a líder dos conservadores. Boris soube pela televisão, quando estava preparado para anunciar a sua candidatura à liderança. Às 11 e pouco da manhã deu na mesma a conferência de imprensa, mas para dizer que, afinal, desistia.

As traições são comuns em política, mas esta história é digna de “House of Cards”, a série que viciou – mas também enojou, as duas coisas não são incompatíveis – inúmeros espetadores pelo mundo fora.

É que neste episódio britânico, além do Frank Underwood-Michael Gove, temos Claire Underwood-Sarah Vine. O primeiro sinal de que Michael Gove estava a distanciar-se de Boris Johnson foi dado por um mail que a mulher de Gove, Sarah Vine, enviou ao marido e foi publicado por toda a imprensa de referência (“The Guardian”, por exemplo). Nesse texto, Sarah-Claire dava conselhos ao marido sobre a reunião que Gove iria ter com Boris Johnson. Além de falar num curioso “we” [”nós”, assumindo, tal como Claire, que ela e o marido funcionam como um ticket], Sarah avisa Michael de que não pode apoiar Boris sem “ter garantias específicas de que haverá controlo de imigrantes”. O mail e a sua revelação pública são um episódio de “House of Cards”. O que se seguiu também.