NOS Primavera Sound. Não há festival que comece sem um vox pop

NOS Primavera Sound. Não há festival que comece sem um vox pop


Pais com os filhos, holandeses de blazer azul claro e mulheres do norte foram algumas das pessoas que desfilaram no Parque da Cidade, onde tudo “é mais intimista e natural”. E porquê? O i deixa uma pista ao leitor: até amanhã, quem passa por aqui só quer aproveitar a música de um festival que parece…


JAN, 34 anos, Holanda

Os bilhetes estavam esgotados para o Primavera Sound de Barcelona e esta foi a nossa segunda escolha. Quero ver Brian Wilson a tocar “Pet Sounds” claro, o melhor álbum de sempre. Mas também quero ver outras bandas como os Air. Porque é que vim com este blazer? Gosto de cores brilhantes e tem design holandês, com as nossas tulipas. Amanhã talvez venha com outras roupas, não sei, vamos ficar a semana inteira.

Paula, 45 anos, Pedro e Matilde com 15 e 10 anos, Montijo

É a primeira vez que vimos aqui ao NOS Primavera Sound. Venho ver Sigur Rós porque comecei a acompanhá-los há dois anos e nunca os vi. Os meus filhos foram “obrigados”. Mais o Pedro porque prefere futebol (e os Linkin Park), ela tem mais sensibilidade musical (gosta de The White Stripes). Gostam os dois de rock, é verdade. Este ano já fomos ao Rock in Rio, mas a este só vimos hoje, depois vamos visitar a cidade.

Justin, 44 anos, irlanda

É a segunda vez que venho aqui ao Primavera. Quero ver Sigur Rós porque há muitos anos que não os vejo, a última fez foi há dez anos na Suécia. Ir a festivais, vou a alguns na Irlanda, é um hobby que tenho porque trabalho na indústria farmacêutica. Estou cá com quatro amigos irlandeses, um deles mora em Lisboa. Se já visitei a cidade? Sim andei aí a dar umas voltas.

Sofia e Tiago, 24 anos, Espinho e Viana do Castelo

Somos namorados, mas o estado de relação “é complicado”. Eu [Sofia] só falhei um ano, ele veio a todas as edições. Vimos ver Brian Wilson, PJ Harvey, Sigur Rós. Para mim [Tiago] este festival é mais especial porque toda a gente quer estar cá, ou seja, vêm ouvir música e isso sente-se. Ah, já agora, acho que já arranjaram substituto para o Freddie Gibbs: é o Agir.

Clara e Eva, 34 e 35 anos, Porto

Nós viemos a tudo e a todos os dias, nem sabemos bem quando é que as bandas tocam nem a que horas. Vimos desde a primeira edição, somos fiéis. Este ano não comprámos logo o bilhete e saiu mais caro, para o próximo temos de comprar logo em setembro. Vamos ao Alive e ao Super Bock, mas aqui é diferente, é especial. O ambiente ou a zona de restauração, por exemplo. Porquê? Têm vodka.

Rui, 43 anos, Porto

Sim esta é a minha primeira vez no Primavera, venho com amigos que devem estar por aí. A banda que mais quero ver é o Sigur Rós, já os vi em Lisboa e no Porto, mas queria ver Explosions In The Sky, PJ Harvey e Air também. Antigamente ia a mais concertos só que o trabalho já não permite. Por acaso já tive para vir cá, tinha passe e tudo, só que esqueci-me de pedir folga e estava em trabalho no Rio de Janeiro.

Fiona e Anant, 31 e 32 anos, Inglaterra

Este é o primeiro ano dela, o meu é o segundo, vim o ano passado. O Primavera de Barcelona tem muita gente e muitos bons concertos, mas no Porto é tudo mais intimista. É uma grande cidade. As pessoas são mais naturais do que em Inglaterra, por exemplo. Lá são mais “rockeiras”. Vir a festivais é algo que gostamos de fazer juntos. Nós tentamos ser um casal sério, mas no fundo somos todos crianças não é verdade?

Guilherme, 22 anos, Porto

Vim a todas as edições, tento sempre ser dos primeiros a comprar o passe. Em 2012 consegui a 75 euros, desta vez foi mais caro. Nesta edição venho ver PJ Harvey, Mudhoney e Tortoise. É sempre o primeiro festival que venho todos os anos, mas também não há outros antes deste. É que eu não vou ao Rock in Rio. O que tem de especial? É perto de casa e acaba por compensar. Também vou ao Milhões de Festa e ao Paredes de Coura, o de há uns anos claro.