O mercado de arrendamento urbano tem vindo a ganhar cada vez mais importância no panorama habitacional português, sendo uma peça-chave para a dinamização da economia do país, graças ao potencial para a captação de investimento, nomeadamente para o setor da reabilitação urbana.
E foi neste âmbito que a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP), com o apoio da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal e da Associação de Inquilinos Lisboneses, apresentou vários dados sobre os valores médios de arrendamento nas principais cidades do país.
Durante o ano passado, a maior procura para arrendamento residencial aconteceu em Lisboa (9,61%), seguida de Vila Nova de Gaia (8,13%) e, a fechar o top 3, a cidade do Porto (7,59%).
E é exatamente na capital que o valor é mais alto, com uma renda média de 1104 euros. Já no Porto, em segundo lugar na lista das zonas mais caras, a oferta, em média, ronda os 1056 euros. Dentro do distrito de Lisboa, a seguir ao centro da cidade aparece Cascais com o valor mais alto: o valor médio é de 1025 euros. No entanto, de acordo com este estudo, o valor das rendas nesta zona está longe da procura, cujo mínimo é de 621 euros e o máximo de 700.
Pouco abaixo da barreira dos mil euros está Oeiras, onde o preço médio das rendas é de 925 euros. E também neste caso há uma grande diferença entre o mínimo da procura, de 428 euros, e o máximo, que é de 688 euros.
Ao nível da procura, o preço mais baixo apontado para o arrendamento de uma casa é de 200 euros, registado no distrito de Leiria, onde o valor médio de renda é 339 euros. Já o mais alto é em Lisboa, com o valor de 600 euros, que é quase metade do valor realmente praticado.
Dentro do concelho de Lisboa, o preço mais baixo da oferta para arrendar casa está na freguesia de Arroios, com 400 euros, e a freguesia das Avenidas Novas tem a oferta de arrendamento mais elevada (1836 euros). A procura prevê a renda mais baixa na freguesia do Beato (200 euros) e a renda mais elevada na freguesia de Alvalade (987 euros).
Já no caso do concelho do Porto, a freguesia da Campanhã apresenta uma renda mais barata (471 euros), enquanto a União das Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde dispõe de uma oferta mais elevada (1691 euros). Já para quem procura casa, a ideia é poder encontrar a renda mais baixa em zonas como a União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, por 225 euros. No caso da renda mais cara destaca-se a União das Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos, por 1033 euros.
Para Luís Lima, presidente da APEMIP, “o potencial do mercado de arrendamento é enorme, nomeadamente numa perspetiva de captação de poupanças. Investir neste mercado é essencial pois, sem ele, nunca teremos uma verdadeira reabilitação urbana nem um mercado habitacional capaz de colmatar as necessidades da população. Daí a monitorização do arrendamento ser importante”. E o responsável sublinha que 2016 vai ser “o verdadeiro ano do mercado do arrendamento”.