Londres tem o mercado de escritórios mais caro do mundo

Londres tem o mercado de escritórios mais caro do mundo


Os custos de ocupação também subiram em Lisboa e atingem agora cerca de 300 euros por metro quadrado anuais


O bairro londrino de West End é o mercado de escritórios mais caro do mundo pelo segundo ano consecutivo, seguido da zona central de Hong Kong. Esta é uma das conclusões do estudo semestral da CBRE, Global Prime Office. Os preços de ocupação em Londres são de 2628 euros por ano. Os custos de ocupação prime – que incluem a renda, os impostos locais e as taxas de serviço – aumentaram a um ritmo anual de 2,4%, “numa altura em que a economia mundial continua a recuperar e o setor dos serviços, um indicador chave para espaços de escritórios prime, entra no seu quarto ano de expansão, o que garante a procura de espaço em imóveis de qualidade”, salienta o estudo.

Já Lisboa encerra o ano com um valor de quase 300 euros por metro quadrado por ano, enquanto o Porto não chega a atingir os 190 euros por metro quadrado. “Lisboa é uma das cidades que constam na lista dos 37 mercados que apresentaram uma subida de três ou mais posições no ranking de custos de ocupação, numa análise feita a um total de 126 mercados”, acrescenta o relatório.

Por seu lado, o continente americano registou um aumento anual de 3,1% nos custos de ocupação prime. Este crescimento deve-se, em parte, ao mercado dos Estados Unidos. A explicação é simples: a subida do emprego estimulou a procura de imobiliário comercial por todo o país, incluindo alguns mercados suburbanos. Os custos de ocupação prime na região da EMEA cresceram 2,2%, dando seguimento à recuperação económica, enquanto os custos na região da Ásia-Pacífico aumentaram 1,9%.

“O setor global dos serviços cresceu a um ritmo estável nos últimos quatro anos, o que ajuda a explicar as melhorias gerais nas rendas e custos dos escritórios em todo o mundo”, explicou Richard Barkham, global chief economist da CBRE.

Para este ano, as perspetivas são animadoras. A consultora acredita que, apesar de alguns mercados terem sido afetados pelo abrandamento do mercado chinês, do petróleo e de outras matérias-primas, “as economias mais desenvolvidas continuem a crescer em 2016 e 2017, o que, combinado com a disponibilidade limitada e os níveis de promoção imobiliária praticamente estagnados, resultará em aumentos de custos entre os 2% e os 3%”.

Espaços em Lisboa condicionam Um outro estudo alerta para a falta de espaço na cidade lisboeta para acolher grandes empresas. Ainda assim, faz um balanço positivo do mercado de escritórios no ano passado. “A subida da absorção, o aumento da área média ocupada e um acréscimo das rendas, aliados à inexistência de espaços adequados para escritórios, serão porventura as variáveis mais importantes no mercado de escritórios de Lisboa e uma oportunidade de investimento”, revela o estudo Prime Watch, da consultora B. Prime.

O documento aponta ainda para um aumento de 5,7% nas receitas geradas neste segmento, em 2015, situando-se nos 480,7 milhões de euros. A consultora lembra, no entanto, que 95% do stock total disponível para ser usado “não tem dimensão nem qualidade para atrair grandes empresas, o que se traduz em situações de pré-arrendamento, ou seja, alguns edifícios deverão ser totalmente arrendados, mesmo antes de serem terminados”.