O número de subscrições de seguros de saúde são atualmente as mais elevadas da última década e a percentagem de beneficiários cresceu 3% de 2014 para 2015, revelam os últimos dados da Marktest. A explicação para este crescimento é simples: evitar as longas filas de espera do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e ter acesso às mais variadas especialidades a preços reduzidos são as principais razões que levam os portugueses a subscrever um seguro de saúde.
Mas nem tudo são vantagens, já que implicam pagar uma mensalidade e, na maior parte dos casos, uma franquia anual e períodos de carência. Os preços variam e os prémios anuais podem ir dos 112,44 euros até aos 554,26 euros, revela o site ComparaJá.pt.
A plataforma analisou três opções: Médis (plano de saúde individual – opção 1), Multicare (plano ativo) e Groupama Seguros (plano de saúde light). A opção da Médis contempla uma cobertura ao nível nacional, hospitalização até 15 mil euros, serviço de segunda opinião médica, bem como comparticipações de 100% dentro da rede, 35% fora da rede e copagamentos de 10%. O montante do prémio anual é de 114,78 euros, mas se incluir parto (para uma mulher) e assistência ambulatória, este valor escala para 554,26 euros.
Já o plano da Multicare conta com um capital de internamento hospitalar de 50 mil euros e uma série de coberturas – ambulatório de medicina física, terapia da fala, estomatologia, segunda opinião, extensão ao estrangeiro; medicina preventiva (check-up de dois em dois anos), seguro de proteção do pagamento em caso de desemprego involuntário, internamento hospitalar, morte e invalidez – a que acresce um desconto de 12% para quem pratica desporto. O prémio anual é de 118,08 euros.
O plano de saúde light da Groupama Seguros prevê assistência hospitalar até 25 mil euros (abrangendo internamento, grande cirurgia, subsídio diário de 50 euros e 100% de comparticipação nas taxas moderadoras do SNS), assistência ambulatória, estomatologia e cuidados de bem–estar dentro da rede. Este seguro difere dos anteriores ao abarcar ainda consultas ao domicílio, transporte de urgência e assistência telefónica e em viagem, sendo o seu prémio de 112,44 euros por ano.
O site ComparaJá.pt lembra que “um seguro de saúde proporciona segurança e alívio para um cliente que, pagando aquele valor fixo, não terá preocupações financeiras se adoecer. Este vai procurar algo mais barato, mas que cubra o essencial daquilo que são as suas preocupações individuais”, acrescentando que “existe ainda a possibilidade de contratar planos de saúde completamente personalizáveis, adaptados à realidade de cada indivíduo, à medida das suas necessidades, construídos pelo próprio segurado – o que representa claramente uma inovação na relação do consumidor com a área da saúde e pode ser bastante atrativo”.
ADSE vs seguros A ADSE corresponde, de certa forma, a um plano de saúde que é facultado aos funcionários públicos, pelo qual estes pagam uma quantia que, atualmente, equivale a 3,5% do seu vencimento. No entanto, segundo a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), comparando os custos e as coberturas que tem face às ofertas das seguradoras, verá que não tem qualquer vantagem em abdicar da ADSE.
Já a nível da cobertura, segundo a entidade, um plano privado de saúde apresenta limitações relacionadas, nomeadamente, com exclusões (por exemplo, hemodiálise, quimioterapia, fisioterapia), períodos de carência, franquias, limites reduzidos (por exemplo, estomatologia), entre outros. “O seguro de saúde tem duração anual, pelo que não é garantido que continue a poder usufruir da sua cobertura nos anos vindouros”, alerta.
Por isso mesmo, a DECO considera que “os seguros de saúde privados nem deverão ser considerados um produto substituto da ADSE. Mesmo comparando apenas custos, verificará que esta apresenta, em regra, um custo muito inferior aos planos de saúde vendidos no nosso mercado. Além disso, deverá ainda saber que, caso renuncie à ADSE, não mais poderá voltar a usufruir deste plano”, conclui.