O preço das casas de luxo em Lisboa subiu 23% nos últimos dois anos e este é o segmento que mais está a valorizar-se no mercado habitacional da capital. Os dados foram revelados pelo SIR (Sistema de Informação Residencial). Esta valorização acumulada, registada entre 2013 e 2015, representa a inversão da rota de descida iniciada em 2010 e que perdurou até 2013. Neste período acumulado entre 2010 e 2013, os preços das casas neste segmento mais elevado do mercado lisboeta desceram 14%.
Estes dados confirmam que é na gama de luxo que os preços das casas estão a recuperar de forma mais acentuada em Lisboa. Mas não é um caso isolado. Os valores praticados na gama média de mercado também estão a subir, embora recuperem a um ritmo mais moderado, tendo valorizado 9,5% nos dois últimos anos (2014 e 2015), depois de uma descida acumulada também de 14% entre 2010 e 2013.
As zonas do Parque das Nações e da Baixa (abrangendo as freguesias de Santo António, Misericórdia e Santa Maria Maior) concentram 45% das vendas totais de habitação na gama mais alta do mercado reportadas ao SIR, figurando também como as mais caras de Lisboa neste segmento. O preço médio de venda de habitação de gama alta superou os quatro mil euros por metro quadrado em Santo António e oscilou entre os 3750 e os 3950 por metro quadrado no Parque das Nações, Misericórdia e Avenidas Novas.
Reabilitação dá empurrão O certo é que o mercado de reabilitação está a dar um fôlego cada vez maior a este segmento de luxo – daí os apartamentos integrados em projetos de reabilitação urbana na zona da Baixa/Chiado e Avenida da Liberdade estarem a atingir valores recorde.
Os imóveis nestas localizações apresentam um valor médio de oferta de 6089 euros por metro quadrado. Trata-se do valor mais elevado para este tipo de produtos em Lisboa e está entre 18% e 38% acima dos valores médios de oferta apresentados noutras zonas da cidade para o mesmo tipo de produto.
De acordo com o recente estudo da Prime Yield, a reabilitação urbana domina na cidade de Lisboa, com especial enfoque no último ano. “Os projetos de habitação ganharam uma enorme expressividade na nova oferta imobiliária reabilitada. E se o investimento neste segmento foi inicialmente muito impulsionado pela crescente procura da cidade por parte de estrangeiros, atualmente, os compradores internos estão também mais dinâmicos na procura deste tipo de habitação”, refere o diretor executivo, José Velez.
De acordo com o mesmo estudo, a zona histórica da cidade – que compreende as áreas da Baixa, do Chiado e da Avenida da Liberdade – é a mais dinâmica na reabilitação para uso residencial, concentrando 67% dos apartamentos atualmente em desenvolvimento em projetos de reabilitação. Esta é também a zona mais cara, com um valor médio de oferta a ultrapassar os seis mil euros por metro quadrado, isto é, apresentando uma valorização de 18% face à zona das Avenidas Novas. Esta última tem um valor médio de oferta de 5174 euros por metro quadrado. Ainda assim, surge como a segunda zona mais cara para este tipo de apartamento e concentra 14% da oferta.
Também as tipologias T2 e T3 são as mais procuradas para estes projetos de reabilitação no mercado de luxo.