Uma viragem de 180º


Terminou finalmente o legado Silva em Belém. Ansiei por este momento. Já não suportava nem mais um dia a figura esquálida de Cavaco nem as suas birras dogmáticas e retaliativas, sobretudo na segunda metade da sua magistratura. 


A forma degradante como saiu de cena, obrigado a promulgar os diplomas sobre adoção por casais do mesmo sexo e aborto sem taxas, era escusada. Nem mesmo o miminho que António Costa lhe proporcionou convidando-o a presidir a um Conselho de Ministros a atenuou. Se querem que vos diga, acho que até o irritou, mas não podia dizer que não. Desejo-lhe saúde, porque de mais não precisa – apesar da miserável reforma, dá para se governar.

Hoje é o primeiro dia do resto da nossa República, sem Cavaco e sem Maria, mas com uma dose muito grande de espetáculo de luz e cor.

Começou por nos condicionar a vida em Lisboa o que, para mim, já não é um bom começo. Ao que parece, o homem só, que percorreu os caminhos de Portugal sem estrutura de campanha, de forma discreta e singela, faz agora questão de ser “coroado” com toda a popa e circunstância. Perde coerência… mas, até aqui, nada de novo.

Marcelo é o oposto de Cavaco e a forma como entra em cena diz muito sobre o que poderão ser os próximos dez anos. Sim, dez anos! Não compro a milonga de um só mandato.

Não me reconheço no seu estilo e não apreciava a sua postura de comentador. Dou-lhe o benefício da dúvida neste início de mandato. Nem poderia ser de outra forma, mas esta radical alteração de postura entre o candidato e o Presidente já me deixa de pé atrás.

Cavaco mandava recados – difusos, é certo, e muitas vezes desligados da realidade -, mas (diga-se em sua defesa) não se ingeria nas competências do governo nem extravasava as suas, embora as levasse ao limite. Não acredito que Marcelo se contenha. Para trás estão anos de frustração política em que não conseguiu ser presidente da Câmara de Lisboa nem primeiro-ministro. Acham que se vai conter enquanto Presidente?

Não me interpretem mal! Repito que tenho o maior respeito pela pessoa, admiração pela sua habilidade política, e que lhe dou o benefício da dúvida. Mas tenho as minhas convicções e desconfianças de que a sua magistratura não será nada do que vimos da candidatura.

E, claramente, António Costa já se apercebeu disso e o constante namoro com sucessivos encontros mostra uma necessidade de (permitam-me a expressão futebolística) marcação homem a homem.


Uma viragem de 180º


Terminou finalmente o legado Silva em Belém. Ansiei por este momento. Já não suportava nem mais um dia a figura esquálida de Cavaco nem as suas birras dogmáticas e retaliativas, sobretudo na segunda metade da sua magistratura. 


A forma degradante como saiu de cena, obrigado a promulgar os diplomas sobre adoção por casais do mesmo sexo e aborto sem taxas, era escusada. Nem mesmo o miminho que António Costa lhe proporcionou convidando-o a presidir a um Conselho de Ministros a atenuou. Se querem que vos diga, acho que até o irritou, mas não podia dizer que não. Desejo-lhe saúde, porque de mais não precisa – apesar da miserável reforma, dá para se governar.

Hoje é o primeiro dia do resto da nossa República, sem Cavaco e sem Maria, mas com uma dose muito grande de espetáculo de luz e cor.

Começou por nos condicionar a vida em Lisboa o que, para mim, já não é um bom começo. Ao que parece, o homem só, que percorreu os caminhos de Portugal sem estrutura de campanha, de forma discreta e singela, faz agora questão de ser “coroado” com toda a popa e circunstância. Perde coerência… mas, até aqui, nada de novo.

Marcelo é o oposto de Cavaco e a forma como entra em cena diz muito sobre o que poderão ser os próximos dez anos. Sim, dez anos! Não compro a milonga de um só mandato.

Não me reconheço no seu estilo e não apreciava a sua postura de comentador. Dou-lhe o benefício da dúvida neste início de mandato. Nem poderia ser de outra forma, mas esta radical alteração de postura entre o candidato e o Presidente já me deixa de pé atrás.

Cavaco mandava recados – difusos, é certo, e muitas vezes desligados da realidade -, mas (diga-se em sua defesa) não se ingeria nas competências do governo nem extravasava as suas, embora as levasse ao limite. Não acredito que Marcelo se contenha. Para trás estão anos de frustração política em que não conseguiu ser presidente da Câmara de Lisboa nem primeiro-ministro. Acham que se vai conter enquanto Presidente?

Não me interpretem mal! Repito que tenho o maior respeito pela pessoa, admiração pela sua habilidade política, e que lhe dou o benefício da dúvida. Mas tenho as minhas convicções e desconfianças de que a sua magistratura não será nada do que vimos da candidatura.

E, claramente, António Costa já se apercebeu disso e o constante namoro com sucessivos encontros mostra uma necessidade de (permitam-me a expressão futebolística) marcação homem a homem.