Confesso que deixei há muito de respeitar os que gritam só porque sim, até porque a cobardia também pode falar alto. Depende sempre de com quem se fala.
O exercício do poder, ao invés de ser um exercício que gera confiança, como defendia o antigo primeiro-ministro britânico Benjamin Disraeli, é cada vez mais – e falo das sociedades formalmente democráticas – ou uma generosa distribuição de prebendas, no pior significado do termo, ou uma tentativa de intimidação através da dança de lugares.
Não foi por acaso que o alemão Max Weber, um dos pais da sociologia, aplicou o termo prebenda quando analisou os vários tipos de dominação.
Numa sociedade com uma grave crise de lideranças aos mais diversos níveis, emerge frequentemente a mediocridade, certificada política ou economicamente, por norma ignorante de valores e de normas éticas de conduta.
Esta é, sem dúvida, uma das razões do cansaço e do desencanto dos cidadãos com o denominado “sistema”.
E é invariavelmente nestas épocas que aparecem os “salvadores da pátria”.
Abraham Lincoln, um dos mais notáveis presidentes norte--americanos, proferiu esta frase lapidar:
“Quase todos os homens são capazes de superar a adversidade mas, se se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-se-lhe poder.” Mais comentários para quê?
Escreve à segunda-feira