De um lado, o português João Sousa, 37º do ranking mundial, de cognome “Conquistador”, relembrando que o melhor tenista português de sempre é natural da “cidade berço”.
Do outro, Dominic Thiem, o “Terminator” austríaco, 14º do ATP World Tour, que bate na bola com a violência da personagem de Schwarzenegger, acabadinho de somar o seu segundo título do ano, o primeiro da carreira da categoria ATP 500 e em hardcourts.
Era quarta-feira à noite e a Câmara Municipal de Guimarães recebia com pompa o jantar oficial do duelo Portugal-Áustria a contar para a primeira ronda do Grupo-1 da Zona Euro-África da Taça Davis.
No momento das duas equipas se cumprimentarem, Thiem deu um aperto de mão a todos os portugueses… exceto a Sousa. Entre ambos houve um olhar cúmplice e uma troca de “calduchos”.
Um instante “Orewelliano”. Em ambiente de seleções, todos são iguais, mas há uns mais iguais do que outros e eles sabem-no.
“É um jogador de classe mundial, pode derrotar qualquer um e Portugal deve orgulhar-se de ter um jogador como ele”, disse Thiem.
“Conhecemo-nos do circuito há algum tempo, já passámos muitas coisas juntos e, para além da competição, existe uma pequena amizade”, comentou Sousa.
Que me lembre, só um tenista português, antes de Sousa, foi encarado pelas estrelas do ténis desta forma, como “um deles” Nuno Marques inspirava esse respeito e admiração.
Hoje é o selecionador de Portugal, mas mesmo ele não tem dúvidas: “Nunca tivemos um jogador como o João”.