Jesus Cristo e o Bloco de Esquerda


No estado em que estamos, o Bloco é talvez o único partido da Assembleia que pode dar-se ao luxo de fazer campanha aludindo à Igreja; era a morte de qualquer partido de centro-direita (”Beatos! Reacionários! A Inquisição!”)


Eu devia estar agradecido ao Bloco de Esquerda. Gastaram dinheiro num cartaz com a figura do filho de Deus e a legenda “Jesus também tinha 2 pais”. Quem diria que a extrema-esquerda iria usar do seu orçamento para lições de doutrina católica. É o primeiro cartaz do Bloco sem uma “engraçadita” desde a última liderança. Ir de Francisco Louçã para Cristo demonstra uma certa evolução. No estado em que estamos, o Bloco é talvez o único partido da Assembleia que pode dar-se ao luxo de fazer campanha aludindo à Igreja; era a morte de qualquer partido de centro-direita (”Beatos! Reacionários! A Inquisição!”). Ou imagine-se o CDS fazer piadas com o islão: caía o Carmo e a Trindade. Mas a verdade é que, de certo modo, a mensagem do Bloco está correta. Como explica a Bíblia, temos todos dois pais; um terrestre e um celestial. Bravo, Catarina Martins!

A parte que estraga é a segunda legenda: “Parlamento termina discriminação na lei da adoção”. O que tem isso a ver com ter dois pais, não sei, porque, que eu saiba, os casais de senhoras também passaram a adotar. O que tem isso a ver com Jesus Cristo, também não sei, mas creio que nada. Eu não sou contra a adoção por casais homossexuais por uma questão de religião. Eu sou contra porque, tal como a maior parte das leis aprovadas desde que o dr. Costa se alçou ao poder via comunistas e protocomunistas, esta foi aprovada e discutida à pressa. E não me venham com o “é a democracia” e que aquela câmara “representa o povo”. Estes senhores estão-se a marimbar para a democracia ou não teriam rejeitado a proposta de um referendo sobre isto. Eu sou contra porque ainda não se deu tempo nenhum ao casamento homossexual e quem anda mais depressa do que a sociedade não costuma ser grande governante; os aceleradores históricos nunca produziram revoluções felizes. E eu sou contra porque isto é fazer populismo com as crianças portuguesas. Não, elas não foram a prioridade da legislação, até porque não há falta de casais heterossexuais a querer adotar, elas foram usadas pelos legisladores em busca de votos de uma “minoria oprimida”.

Pessoalmente, adorei ver Cavaco devolver o diploma ao parlamento e a deputada Isabel Moreira dizer que este confundia funções presidenciais com opiniões pessoais; e ela é que tatuou a data de aprovação do casamento gay no braço.

 Tudo isto seguiria em limpo se o Bloco não fosse tão incompetente. Esqueceram-se de que (já dizia Saramago) somos todos católicos. Não bastava tirar a possibilidade natural de um pai e de uma mãe às crianças, também tinham de se vangloriar e usar Jesus como cartaz. Novamente, bravo, Catarina Martins! O Bloco era o único partido sem risco de perder eleitorado. O PSD descobriu que afinal é social-democrata, o PS descobriu que afinal não é de centro, o PCP descobriu que vai morrer e o CDS quer descobrir-se. A ascensão da nova esquerda radical é generalizada; no entanto, continuando assim, arrisca-se a estagnar. A direita devia estar agradecida.

É o mesmo amadorismo de tasca que fez Marisa Matias dizer piadas sobre um clube de futebol, esquecendo os dois tabus que o político nacional não deve puxar: a religião e a bola. No fado, a harmonia é mais fácil.

Qualquer dia, o fanatismo ideológico chegará ao ponto de acusar Deus por nos ter feito injustamente diferentes e não todos iguais, iguais, iguais. Viva a esquerda “amiga” da diversidade!

Nem os brindes do McDonald’s nem a lei da adoção eram discriminatórios, sabiam apenas que as mulheres e os homens são diferentes; ou o Bloco planeia formatar o físico humano, amputando umas partes e implantando outras em nome da sua sagrada igualdade? De pronto fugiria com a minha noiva para ela se manter sem parte e eu manter a minha. Aí, não é mesmo questão de fé, mas de prática.


Jesus Cristo e o Bloco de Esquerda


No estado em que estamos, o Bloco é talvez o único partido da Assembleia que pode dar-se ao luxo de fazer campanha aludindo à Igreja; era a morte de qualquer partido de centro-direita (”Beatos! Reacionários! A Inquisição!”)


Eu devia estar agradecido ao Bloco de Esquerda. Gastaram dinheiro num cartaz com a figura do filho de Deus e a legenda “Jesus também tinha 2 pais”. Quem diria que a extrema-esquerda iria usar do seu orçamento para lições de doutrina católica. É o primeiro cartaz do Bloco sem uma “engraçadita” desde a última liderança. Ir de Francisco Louçã para Cristo demonstra uma certa evolução. No estado em que estamos, o Bloco é talvez o único partido da Assembleia que pode dar-se ao luxo de fazer campanha aludindo à Igreja; era a morte de qualquer partido de centro-direita (”Beatos! Reacionários! A Inquisição!”). Ou imagine-se o CDS fazer piadas com o islão: caía o Carmo e a Trindade. Mas a verdade é que, de certo modo, a mensagem do Bloco está correta. Como explica a Bíblia, temos todos dois pais; um terrestre e um celestial. Bravo, Catarina Martins!

A parte que estraga é a segunda legenda: “Parlamento termina discriminação na lei da adoção”. O que tem isso a ver com ter dois pais, não sei, porque, que eu saiba, os casais de senhoras também passaram a adotar. O que tem isso a ver com Jesus Cristo, também não sei, mas creio que nada. Eu não sou contra a adoção por casais homossexuais por uma questão de religião. Eu sou contra porque, tal como a maior parte das leis aprovadas desde que o dr. Costa se alçou ao poder via comunistas e protocomunistas, esta foi aprovada e discutida à pressa. E não me venham com o “é a democracia” e que aquela câmara “representa o povo”. Estes senhores estão-se a marimbar para a democracia ou não teriam rejeitado a proposta de um referendo sobre isto. Eu sou contra porque ainda não se deu tempo nenhum ao casamento homossexual e quem anda mais depressa do que a sociedade não costuma ser grande governante; os aceleradores históricos nunca produziram revoluções felizes. E eu sou contra porque isto é fazer populismo com as crianças portuguesas. Não, elas não foram a prioridade da legislação, até porque não há falta de casais heterossexuais a querer adotar, elas foram usadas pelos legisladores em busca de votos de uma “minoria oprimida”.

Pessoalmente, adorei ver Cavaco devolver o diploma ao parlamento e a deputada Isabel Moreira dizer que este confundia funções presidenciais com opiniões pessoais; e ela é que tatuou a data de aprovação do casamento gay no braço.

 Tudo isto seguiria em limpo se o Bloco não fosse tão incompetente. Esqueceram-se de que (já dizia Saramago) somos todos católicos. Não bastava tirar a possibilidade natural de um pai e de uma mãe às crianças, também tinham de se vangloriar e usar Jesus como cartaz. Novamente, bravo, Catarina Martins! O Bloco era o único partido sem risco de perder eleitorado. O PSD descobriu que afinal é social-democrata, o PS descobriu que afinal não é de centro, o PCP descobriu que vai morrer e o CDS quer descobrir-se. A ascensão da nova esquerda radical é generalizada; no entanto, continuando assim, arrisca-se a estagnar. A direita devia estar agradecida.

É o mesmo amadorismo de tasca que fez Marisa Matias dizer piadas sobre um clube de futebol, esquecendo os dois tabus que o político nacional não deve puxar: a religião e a bola. No fado, a harmonia é mais fácil.

Qualquer dia, o fanatismo ideológico chegará ao ponto de acusar Deus por nos ter feito injustamente diferentes e não todos iguais, iguais, iguais. Viva a esquerda “amiga” da diversidade!

Nem os brindes do McDonald’s nem a lei da adoção eram discriminatórios, sabiam apenas que as mulheres e os homens são diferentes; ou o Bloco planeia formatar o físico humano, amputando umas partes e implantando outras em nome da sua sagrada igualdade? De pronto fugiria com a minha noiva para ela se manter sem parte e eu manter a minha. Aí, não é mesmo questão de fé, mas de prática.