O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou ontem o primeiro aumento do preço da gasolina em 20 anos, bem como uma forte desvalorização da moeda nacional, o bolívar.
Segundo o presidente venezuelano, o objetivo é fortalecer a economia, que tem sido fortemente atingida pela queda do preço do petróleo.
“Chegou a hora de instalarmos um sistema que garanta o acesso aos derivados dos hidrocarbonetos a preços justos, venezuelanos, mas que garanta o pagamento do que se investe para produzir a gasolina e, inclusivamente, o bom funcionamento da Petróleos da Venezuela, petrolífera estatal”, informou Maduro durante uma reunião de ministros que foi transmitida pela comunicação social local.
Assim sendo, a gasolina de 95 octanas passará de 0,097 bolívares para 6 bolívares por litro, o que representa um aumento de 6000%. Já a gasolina normal passará a custar, por litro, 1 bolívar, em vez dos anteriores 0,07.
O presidente anunciou ainda um aumento de 20% no salário mínimo, que passará de 9600 para 11 520 bolívares.
inflação Segundo dados do Banco Central Venezuelano, o país registou uma inflação de 180,9% em 2015 – uma das mais altas do mundo -, bem como um retrocesso no produto interno bruto (PIB) de 5,7%.
Os valores revelam um aprofundamento da recessão em 2015, num país que se encontra numa profunda crise económica e que já tinha registado uma queda de 3,9% em 2014. Segundo o FMI, prevê-se que a contração do PIB da Venezuela seja a pior do mundo em 2016.
Lei da amnistia aprovada A Assembleia Nacional da Venezuela aprovou na terça-feira a Lei da Amnistia e Reconciliação Nacional. O objetivo é libertar um grupo de 75 políticos presos, mas conta com a desaprovação do presidente venezuelano. A lei vai ainda ser submetida a uma segunda ronda de votação no parlamento.