A começar pela delegação política que ali marcará presença. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, é um dos convidados da inauguração oficial da ARCO, cerimónia presidida pelos Reis de Espanha, no dia 25, selando desta forma a viagem que a ARCO fará até a nossa capital, em maio. Já hoje, Medina inaugura, no centro cultural Matadero, a exposição “Design em Português: Formas de uma Identidade (1950-2015)”, uma mostra do Museu do Design e da Moda (MUDE), que conta com 100 peças de designers nacionais. Nesta inauguração estará também presente a secretária de Estado da Cultura, Isabel Botelho Leal, que no mesmo dia visitará a ARCO, mas também a exposição “Cápsulas do Silêncio”, de Alexandre Estrela, no Museu Nacional Rainha Sofia, e a exposição “La Biblioteca Nacional de Portugal”, também no Matadero.
E esta é também a edição que presta homenagem ao empresário português António Cachola, que receberá o prémio A al Colecionismo, pela coleção privada que reuniu ao longo dos últimos 25 anos, que inclui mais de 600 obras, de 115 artistas, e que atualmente compõe o Museu de Arte Contemporânea de Elvas. Frequentador da ARCO desde o seu arranque, este prémio servirá como “homenagem a todos os colecionadores portugueses”, explicou Carlos Urroz, em conferência de imprensa.
Celebrar 35 anos. Das 167 galerias que constituem esta ARCO, 11 são portuguesas, um número em consonância com os anos anteriores, e que inclui galerias como a 3+1 Arte Contemporânea, a Graça Brandão, a Baginski, a Múrias Centeno, a Vera Cortês, a Quadrado Azul e a Cristina Guerra – sendo que esta inclui também o grupo das 33 galerias do programa Imaginando Otros Futuros.
De acordo com a organização, estas galerias foram escolhidas por, de alguma forma, terem marcado a história destes 35 anos de ARCO – que nesta edição salta do recinto da IFEMA e invade a cidade de Madrid. Na mesma conferência de imprensa, o diretor da feira, Carlos Urroz, sublinhou que muitas galerias e artistas portugueses “recordam a ARCO como a sua primeira feira”, dando como exemplo Julião Sarmento. Curiosamente, o artista plástico português tem sido das vozes mais críticas em relação às feiras de arte: “Tenho pouco interesse pelo sistema de arte de hoje em dia. Mas tenho de viver com essa pressão”, disse em entrevista ao i.
Criada em 1982, em plena crise, e tendo, ao longo dos seus 35 anos, enfrentando outros momentos de crise – sobretudo económica e política – a ARCO atravessa agora “um momento muito bom”, que permite que seja finalmente dado o passo de exportar a feira. E o destino escolhido foi Lisboa, uma cidade que Urroz acredita atravessar “um momento de esplendor” e poder, por isso, ser o melhor destino para iniciar um processo de expansão da feira, nomeadamente para África. Assim, em maio, Lisboa receberá uma versão boutique da ARCO, com apenas 40 galerias, portuguesas e estrangeiras, reunidas na Cordoaria Nacional. Antes disso, é Madrid que fala um pouco mais português.