BdP. Remessas dos emigrantes para Portugal subiram 8,3% em 2015

BdP. Remessas dos emigrantes para Portugal subiram 8,3% em 2015


Dinheiro enviado do exterior atingiu 3,3 mil milhões de euros, o valor mais alto em 14 anos. Dívida pública baixou para 128,9% do PIB.


As remessas dos emigrantes portugueses totalizaram 3314 milhões de euros em 2015, o que representa um aumento de 8,3% em relação ao ano anterior e o valor mais alto desde 2001.

De acordo com o Boletim Estatístico do Banco de Portugal (BdP), ontem divulgado, o dinheiro enviado para o exterior pelos imigrantes em Portugal ficou em 526 milhões de euros, o que traduz um decréscimo de 1,5% face a 2014.

A França continua a liderar o ranking dos países emissores de remessas para Portugal. Os emigrantes lusos naquele país enviaram 1033,1 milhões de euros, mais 151 milhões do que em 2014. Este foi a primeira vez que as remessas daquele país ultrapassaram os mil milhões de euros.

A Suíça continua a ser o segundo maior emissor, tendo até registado um acréscimo no período em análise, ao passar de 812,8 milhões em 2014 para 842,3 milhões em 2015 (+3,3%).

Os dados do banco central revelam ainda que as remessas dos portugueses em Angola registaram uma descida de 12%, para 218,1 milhões. Já as dos trabalhadores angolanos em Portugal aumentaram 41,5% para 19,5 milhões de euros em 2015.

Dívida pública diminuiu. De acordo com o boletim do banco central, a dívida pública fixou-se nos 128,9% do produto interno bruto (231 mil milhões de euros) no final de 2015, o que representa uma diminuição de 1,3 pontos em relação a 2014, ano em que se situou nos 130,2% do PIB.

O endividamento do Estado tem rondado os 231 mil milhões de euros nos últimos meses, quando contabilizado na ótica de Maastricht.

Mas se em percentagem do PIB o valor da dívida pública registou uma descida, em termos absolutos, a variação foi inversa, ao passar de 225,8 mil milhões de euros em 2014 para 231 mil milhões de euros em 2015.

No que toca à dívida pública líquida de depósitos da administração central, o BdP assinala um aumento mensal de 4,1 mil milhões de euros para 217,7 mil milhões de euros, o valor mais elevado de sempre. Este aumento deve-se, segundo o banco central, à resolução do Banif, já que “as transferências de capital efetuadas pelo Estado e pelo Fundo de Resolução para o Banif implicaram um aumento de 2,3 mil milhões de euros”.

Menos endividados O boletim do BdP indica ainda que a economia portuguesa fechou o ano de 2015 com um endividamento de 697,4 mil milhões de euros – menos 3,3 mil milhões de euros do que em 2014. O endividamento do setor não financeiro representava 389% do PIB, o que compara com os 403,9% no fim de 2014 e 413% no fim de 2013.

Esta diminuição reflete o decréscimo do endividamento das empresas privadas (-4,9 mil milhões) e dos particulares (-3,9 mil milhões) e o aumento do endividamento do setor público não financeiro (+5,5 mil milhões). O endividamento das empresas era equivalente a 144,9% do PIB (152,6% em 2014), enquanto as dívidas das famílias representavam 80,2% (85,1% em 2014).

joao.despiney@ionline.pt