Cristas procura novo desígnio para o CDS

Cristas procura novo desígnio para o CDS


O congresso do CDS tem tudo para ser histórico. Assim o consiga assegurar Assunção Cristas, até agora a única candidata anunciada à sucessão de Paulo Portas. 


O ainda líder apoia, em silêncio, a sua ex-ministra da Agricultura, que antes de avançar negociou um entendimento com Nuno Melo, o eurodeputado que foi empurrado para a lista de putativos sucessores de Portas pelo aparelho centrista e pelas distritais. Melo não chegou a entrar na corrida e transferiu os seus apoios (muitos) para a ex-ministra que já se apresenta aos militantes, numa volta ao país, antes do congresso eletivo, a 12 e 13 de Março, em Gondomar, com o slogan “Unir para crescer”. 

A prioridade da líder do CDS nos próximos dois anos é preparar o partido para o ciclo pós-Portas, que coincide com o regresso à oposição, como quarta força política no parlamento, atrás do BE, depois de quatro anos no governo com o PSD. Cristas já tem o guião para mobilizar as tropas, embora ainda recolha contributos, e promete trabalhar para dar ao CDS a “dignidade de ator principal” da vida política. 

Assunção Cristas já assumiu o propósito, enquanto líder do partido, se o vier a ser, de recentrar o CDS e moderniza-lo. Para isso, terá de marcar bem as diferenças em relação ao PSD. O mote está lançado:“Somos adversários do PSD como do PS”, afirmou recentemente ao Expresso.  

Não basta dizer que o CDS não é o PSD e que vale por si próprio. Cristas terá de encontrar uma agenda e desígnios próprios. OCDS já não é o partido da lavoura nem dos contribuintes. Aparecerá como com que referências e desígnio? É bom que o diga o quanto antes. Na lista de eternos sucessores de Paulo Portas, que adiaram a sua candidatura, há quem tenha ideias claras sobre o que deve ser o CDS nos próximos anos. Nuno Melo, Pedro Mota Soares e João Almeida (que irá apresentar uma moção com Adolfo Mesquita Nunes) estão atentos.