As presidenciais


Depois de em 2015 praticamente só se ter falado das eleições presidenciais, com sucessivos avanços e recuos de hipotéticos candidatos, as mesmas parecem ter saído completamente da agenda mediática. 


É verdade que a confusão gerada pelas legislativas, com a formação sucessiva de dois governos, a que se seguiu o rombo do Banif, levou a que outras notícias chamassem a atenção dos media. Mas não deixa de ser incomum que a eleição habitualmente mais seguida pelos portugueses esteja agora a despertar tão pouco interesse.

Para isso muito contribui o facto de todos darem como adquirida a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa e de o PS não ter um candidato próprio, dividido entre Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa, o que distrai os eleitores socialistas desse combate. Já o Bloco e o PCP avançaram com candidatos próprios, mas pouco mais pretendem do que marcar a presença dos seus partidos no palco eleitoral, nem sequer se sabendo se chegarão a votos. Tudo se encaminha assim para que as eleições presidenciais sejam um passeio para Marcelo, e o próprio parece mesmo convencido disso, tanto assim que já afirmou que daqui a semanas seria Presidente da República.

Só que em política os triunfalismos antecipados são perigosos. Da mesma forma que na fábula a tartaruga acabou por vencer a lebre, Marcelo deveria perceber que nada está adquirido. Até à lavagem dos cestos é vindima, e ainda há uma campanha eleitoral para disputar. Por muito que Marcelo ache que vai chegar num andor a Belém, uma eleição não é uma procissão.

Professor da Faculdade de Direito de Lisboa. Escreve à terça-feira

As presidenciais


Depois de em 2015 praticamente só se ter falado das eleições presidenciais, com sucessivos avanços e recuos de hipotéticos candidatos, as mesmas parecem ter saído completamente da agenda mediática. 


É verdade que a confusão gerada pelas legislativas, com a formação sucessiva de dois governos, a que se seguiu o rombo do Banif, levou a que outras notícias chamassem a atenção dos media. Mas não deixa de ser incomum que a eleição habitualmente mais seguida pelos portugueses esteja agora a despertar tão pouco interesse.

Para isso muito contribui o facto de todos darem como adquirida a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa e de o PS não ter um candidato próprio, dividido entre Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa, o que distrai os eleitores socialistas desse combate. Já o Bloco e o PCP avançaram com candidatos próprios, mas pouco mais pretendem do que marcar a presença dos seus partidos no palco eleitoral, nem sequer se sabendo se chegarão a votos. Tudo se encaminha assim para que as eleições presidenciais sejam um passeio para Marcelo, e o próprio parece mesmo convencido disso, tanto assim que já afirmou que daqui a semanas seria Presidente da República.

Só que em política os triunfalismos antecipados são perigosos. Da mesma forma que na fábula a tartaruga acabou por vencer a lebre, Marcelo deveria perceber que nada está adquirido. Até à lavagem dos cestos é vindima, e ainda há uma campanha eleitoral para disputar. Por muito que Marcelo ache que vai chegar num andor a Belém, uma eleição não é uma procissão.

Professor da Faculdade de Direito de Lisboa. Escreve à terça-feira